A Viagem de Chihiro

A liberdade da mente de uma criança permite viagens inimagináveis para uma pessoa adulta. Criança é livre para vôos imaginários em terras desconhecidas com seres fantásticos. Livre de padrões e de limites que o adulto constrói para cercear sua vida ao que se entende como real. Criança não precisa do real. Criança não precisa de muros. Pode ver fadas e guerreiros montados em dragões alados. Pode sumir e aparecer em outros lugares. Pode brincar de ser outra pessoa. De ser herói.

Os filmes de animação, curtos ou longos, sempre ajudaram a criança a compor seu imaginário de mitologias. Na cultura ocidental, isso se traduz em histórias mágicas, mas que estão presas a fórmulas que terminam em lições e que deixam personagens estereotipados. A Viagem de Chihiro é um filme japonês. Seu realizador, Hayao Miyazaki, o maior nome da animação naquele país, um dos maiores do mundo. A história da menina Chihiro é construída com base em figuras mitológicas da cultura oriental, que, como as crianças, é livre de um exército de amarras.

Aqui, não há moral da história. Uma garota embarca num mundo encantado e encontra seres diferentes e uma nova organização social. Tudo mágico. Tudo flutua. Ela entra e procura o caminho para sair. Não é preciso seguir estradas de tijolos amarelos ou encontrar magos. Basta continuar a brincadeira. Uma brincadeira que muito adulto ocidental não deve entender. Porque não tem grandes descobertas, grandes objetivos. A não ser o de fazer a sua imaginação se expandir e o seu coração dilatar.

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[Sen to Chihiro no Kamikakushi, Hayao Miyazaki, 2001]

Comentários

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4 comentários sobre “A Viagem de Chihiro”

  1. Concordo, em discordar em dizer que o filme não há moral, creio que o “Chico” não tenha entendido no inicio como é o filme. Uma animação que de primeira nenhum ocidental entende, uma por conta da cultura, a não ser alguém que ja tenha morado lá.
    Fora o amadurecimento de Chihiro, tem que levar em conta como lá no Japão hoje muitos jovens não vem levando a sério mais as tradições como o respeito pelos Deuses (para termos idéia no Japão tem até o Deus do arroz, ou seja para tudo se tem um Deus para quem devemos agradecer antes) e no anime mostra muito firme isso, a importância disso na cena dos pais que desrespeitam, fora a Chihiro ter amadurecido. Muitos não entendo o sem face, mas ele é como se fosse um ser pagão e sem personalidade, tanto que ele queria engolir as pessoas para adquirir características delas assim como vozes modo de agir e etc.

  2. Este longa,é simplesmente um filme que fez parte histórica em minha breve e louca condição humana atual…Sou simplesmente apaixonada pelo roteiro e pela construção da narrativa…
    Devo porém descordar respeitosamente deste jovem que acredito por chamar por Chico,quanto à ter uma moral,que mesmo que venha a ser um tanto quando superficial ainda está ali.
    Digo com a propriedade de tê-lo assistido mas de 26 vezes sem exagero na conta,não que deva me orgulhar,poderia oferecer uma razão razoável mas não.
    Em fim de tanto…A querida Chihiro entra no contesto, mimada e arrogante típico do filho único(geralmente),e sai um tanto quanto madura,contando com “dificuldade” de se virar sozinha e ser testada o tempo todo…

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