Alexandria

Alexandria, o último longa do espanhol Alejandro Amenábar, é uma super-produção histórica feita à moda antiga, nos moldes do que Hollywood fazia nos anos 50 e 60, tanto na grandiosidade quanto na burocracia. O diretor adota um tom didático para seu filme sobre a filósofa Hipátia e a chegada do Cristianismo em Alexandria, berço do conhecimento no Egito, tentando desenhar o embate ciência x fé, enquanto idealiza sua heroína.

Os cenários são suntuosos e há efeitos visuais por toda parte, mas visual é bem resolvido pode parecer “limpo” demais, outro ponto em que se assemelha a superproduções de quatro ou cinco décadas atrás. No entanto, o fato de um filme desse porte ser uma produção espanhola já garante a curiosidade. Rachel Weisz encarna o espírito do filme e assume a protagonista em tom professoral. Os novatos Oscar Isaacs e Max Minghella (filho de Anthony Minghella) são seus principais alunos. Estão entre o correto e ordinário mesmo em suas cenas mais importantes.

O final da história real, violento, ganha uma licença poética até bonita que ameniza a violência, mas que não diminui a maneira convencional como Amenábar conduz a história. Pelo contrário, reforça a mão conciliadora do cineasta. Embora direcione a narrativa para este fim, intercalando a trama política às descobertas de Hipátia, Ágora não consegue dar a dimensão histórica da personagem, se perdendo na contextualização e nunca conseguindo se livrar do tom morno.

Alexandria EstrelinhaEstrelinha½
[Ágora, Alejandro Amenábar, 2009]

Comentários

comentários

7 comentários sobre “Alexandria”

  1. Gostei do filme. Ótimas cenas, mas é como você disse: parece que faltou um pouco mais para dimensionar a importância de Hipátia.

    P.S – É louco ver quem em meio aos anos 300 já se estudava, biblioteca e pensadores. Mais louco ainda olhar pra 2010 e não enxergar nada disso.

  2. Mais de duas horas não fazem exatamente um filme pequeno, né? Mas eu concordo que ele tenta dar conta de coisa demais.

    Ana Maria, naõ deixa de ser interessante.

  3. O grande problema do filme é o tom “filme feito pra tv”. A temática é interessantíssima, mas a necessidade de abarcar um período de tempo tão grande com uma duração tão pequena enfraqueceu a obra. A sensação, mais uma vez é a de um filme bem longo que foi condensado. Contudo, as história per si é forte e Amenabar sabe trabalhar direitinho. O que filme vale sem dúvida a visita.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *