Le Maison en Petit Cubes, The Danish Poet, Father and Daughter, Frank Film, Bob's Birthday, The Lost Thing

O Anima Mundi deste ano trouxe em sua programação uma novidade, a seleção Think Oscar, que apresentou filmes que ganharam, foram indicados ou “deveriam ter sido indicados” ao prêmio da Academia. A sessão com títulos premiados com a estatueta apresentou seis destas pérolas.

O Aniversário de Bob EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Bob’s Birthday, David Fine e Alison Snowden, 1993]

O traço é o mais simples que poderia existir, mas o texto é de uma inteligência que poucos conseguiriam reprisar. O aniversário de Bob se transforma numa pensata sobre casamento, filhos, vida. Seus questionamentos surgem mergulhados num humor e num jeito tipicamente britânico de encarar o mundo.

Frank Film EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha½
[Frank Film, Frank Mouris e Caroline Mouris, 1973]

Esta é uma experiência com recortes e colagens que certamente influenciou muitos dos trabalhos feitos nesta área desde então, inclusive as brincadeiras visuais nos filmes de Jorge Furtado. Apesar de ter sido feito há quase 40 anos, é mais ousado e bem resolvido do que muitos de seus “filhotes”. O diretor Frank Mouris também dá voz ao longa, num refinado trabalho de som, em duas narrações paralelas e simultâneas, cheias de ruídos, que contam sua autobiografia ao mesmo tempo em que explicam e justificam este trabalho.

Pai e Filha EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Father and Daughter, Michael Dudok de Wit, 2000]

O lirismo de Pai e Filha nasce de sua simplicidade. O traço ingênuo é refinado, mas econômico. A história, como tantas outras, se revela na forma de um looping crescente, mas sem pressa, explorando a delicadeza dos detalhes. O belo desfecho transita entre explicações mágicas e soluções simples, mas resolve a saudade de uma vida inteira.

O Poeta Dinamarquês EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[The Danish Poet, Torill Kove, 2006]

Se de um lado há uma melancolia digna de um filme de Wes Anderson, do outro sobram sarcasmo e ironia nos detalhes desta animação de traços simples cujo estilo lembra as aventuras de Doug Funny. Torill Kove parte do particular para ser universal, transformando uma história de família num conto que envolve uma dezena de personagens. Como as tranças no cabelo da personagem, o roteiro entrelaça todas as pontas num final surpreedente.

A Coisa Perdida EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha½
[The Lost Thing, Andrew Ruhemann, Shaun Tan, 2010]

A liberdade que os filmes de animação têm de apresentar ideias que não precisam explicar tem um bom exemplo aqui. A “coisa perdida” está sem rumo e tudo o que o protagonista precisa é devolvê-la para seu lugar. Os diretores criam um ambiente retrô-futurista que casa com a melancolia da trilha sonora e com a falta de perspectivas da história.

A Casa em Pequenos Cubos EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[La Maison en Petit Cubes/Tsumiki no ie, Kunio Katô, 2008]

Este filme desmonta qualquer ser humano. O protagonista é um personagem solitário que visitas as memórias que o tempo afogou. Sem palavras, o japonês Kunio Katô usa direção de arte e trilha, ambas belíssimas, para promover sua viagem triste, mas afetuosa na vida do homem, transformando cada “cubo” da casa num flashback. Um roteiro brilhante, um filme lindo.

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