O pedacinho mais gostoso (ou o mais chatinho, pra quem não gosta) deste blog volta agora. Depois da ausência de alguns bons meses, o Gosto dos Outros está aqui pra criar mais polêmica com os preferidos de um dos colegas internautas-blogueiros deste que vos escreve. O Sérgio Silva aceitou o desafio e escolheu dez filmes que, se não são os preferidos (porque isso sempre muda um bocado), são dez filmes que fazem a cabeça (inteligente) dele.

 

Gosto dos Outros: Sérgio Silva  

1 Rocco e Seus Irmãos (60), Luchino Visconti.

Porque é emocionante, forte. Rocco é Visconti no auge, tratando dos temas que ele tanto gostava: família, decadência, estética, política, comunismo. O maior filme já feito. 

  

2 Uma Mulher para Dois (61), François Truffaut.

Sempre gostei de triângulos amorosos. Gosto de toda a série do Antoine Doinel tanto quanto deste, mas não seria justo escolher uma série completa, ou mesmo deixar de lado este que é o filme que mais me fascinou até hoje. Truffaut salva.

 

3 Uma Mulher é Uma Mulher (61), Jean-Luc Godard.

Tem filmes que só funcionam se estamos apaixonados. Assisti a este Godard tomado por este estado. Fora isso, há diversão, música, Karina, Belmondo, Brialy. Ah, e quando saí do cinema, dancei no saguão do cinema uma música do Phil Collins. E eu odeio Colllins. Mas era o efeito Godard.

 

4 Viagem à Itália (53 ), Roberto Rossellini.

Este foi visto meses após ao efeito Godard. Ter levado um pé na bunda antes deste filme foi primordial. Gosto do filme todo, mas uma cena nunca vou esquecer: o casal observando os amantes calcinados nas ruínas. O melhor filme do casal Bergman-Rossellini.

 

5 Marnie (64), Alfred Hitchcock.

O meu Hitchcock preferido é um que todo mundo disse que é ruim. mas é o mais bonito, romântico, denso. E se alguém um dia te disser “Marnie é ruim”, nem dê ouvidos. O sujeito deve nem gostar de cinema.

 

6 Jejum de Amor (40), Howard Hawks.

Escolher um Hawks é ingrato: ele tem uma obra-prima em cada gênero. Escolho este pela velocidade dos diálogos, pelo humor, pelos trocadilhos. E também porque é a comédia mais engraçada que já vi.

 

7 Carmen Jones (54), Otto Premimger.

Sempre gostei dos musicais hollywoodianos. Carmen Jones é demais: Preminger transforma a ópera de Bizet num filme político. Recrutou um elenco só de atores negros, que são dublados por cantores líricos nas canções, mudou de toureiro para boxeador o protagonista e Carmen de cigana vira operária. De matar.

 

8 Barry Lyndon (75), Stanley Kubrick.

Um quase documentário sobre a vida na Inglaterra no século XVIII. É maravilhoso: Kubrick transforma um filme em que nada acontece num épico. Genial.

 

9 Apocalypse Now (79) Francis Ford Coppola.

Foi o filme que me despertou para o cinema. E Coppola fez uma ópera rock sobre o Vietnã. De cada duas cenas, uma é antológica.

 

10 O Samurai (67), Jean-Pierre Melville.

Este policial com Alain Delon é fascinante: uma historinha banal, personagens fascinantes, imagens bem cuidadas. Não é à toa que influenciou meio mundo nos anos 70.


 

Sergio Silva tem 23 anos. Gosta muito de Jean-Pierre Léaud (apesar de não ter nenhum filme com ele aqui), da Anouk Aimée (que também não está aqui), do Júpiter Maçã e de rock. Apesar de não parecer, atrás deste grande nariz existe uma pessoa até que boa. Cinema é sua maior necessidade. Tem um blog, mora em SP.

P.S.: tentei postar uma foto aqui, Sérgio, mas a edição de imagens do Blogger.com mudou e eu sou meio lerdo pra pegar essas coisas.

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