Nicolas Klotz, Elisabeth Perceval

Low Life EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Low Life, Nicolas Klotz e Elisabeth Perceval, 2011]

Nicolas Klotz e sua mulher co-dirigem um Amantes Constantes dos dias atuais, com personagens jovens se rebelando contra o status quo. O filme começa empostado, teatral, quase como um manifesto sobre a condição humana e os embates étnicos na Europa contemporânea. Sua leitura complexa aguça os sentidos para em seguida se dedicar a uma trama [que parece ser uma versão francesa de um triângulo amoroso tipicamente americano] e se resumir até desaparecer.

Amir Naderi

Cut EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Cut, Amir Naderi, 2011]

O iraniano Amir Naderi foi até o Japão para fazer uma bobagem simpática que terminou se tornando uma bela homenagem à cinefilia. O plot é tão bizarro que nem merece ser mencionado para não perder seu impacto, mas serve apenas para que Naderi exponha seu amor pelo cinema. Há algumas imagens emblemáticas, quando os filmes são projetados sobre o protagonista. O longa se encerra com uma lista [meio óbvia, verdade] dos 100 melhores filmes da história.

Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud

Frango com Ameixas EstrelinhaEstrelinha
[Poulet au Prunes, Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, 2011]

O novo filme da dupla de Persepolis usa a animação como suporte para contar uma história “fofa”, baseada em mais uma HQ de Marjane Satrapi. Mas desta vez, os diretores se arriscaram no comando de atores em carne e osso. A mistura entre a proposta e o modus operandi resultou num encontro entre O Fabuloso Destino de Amélie Poulain com os filmes de Jorge Furtado.

Existem alguns achados visuais, como no cenário da viagem do protagonista em busca do violino, ou no único momento de animação quando o anjo da morte vira narrador – por sinal, a versão humana deste personagem também é muito bem resolvida. No entanto, o filme sofre daquele excesso de fofura comum a histórias com esta narrativa. Histórias bem chatinhas, diga-se de passagem. Nem Mathieu Amalric, Maria de Medeiros, Chiara Mastroianni e Isabella Rossellini enobrecem o filme.

Kaidan

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[Ayashiki Bungo Kaidan, Ochiai Masayuki, Shinya Tsukamoto, Lee Sang-il, Hirokazu Kore-eda, 2010]

Como diz o Tiago Superoito, a proposta de ineditismo de filmes na Mostra trouxe uma série de produções feitas para a televisão para o cardápio do festival. Este Kaidan Horror Classics é uma junção de quatro episódios de terror realizados para a japonesa NHK.

Coincidentemente, os dois episódios mais interessantes são dirigidos pelos cineastas mais consagrados: Hirokazu Kore-eda, que conta a história de um menino fantasma, e Shinya Tsukamoto, que também se aventura pelo sobrenatural. São filmes mais delicados, mas cuja fotografia bem cuidada sofre com a cópia digital de qualidade mediana.

Runar Runnarsson

Vulcão EstrelinhaEstrelinha
[Volcano, Runar Runarsson, 2011]

Vulcão peca pelo excesso. O filme que representa a Islândia na corrida pelo Oscar de filme estrangeiro é mais um daqueles exemplares do cinema nórdico que mostram como os vikings gostam de celebrar sua tristeza e desesperança. O protagonista é um velho rabujento que, no ocaso da vida, começa a passar por uma série de provações sem abrir mão de suas particularidades. Sofre bastante, muito mesmo. O diretor parece celebrar esse sofrimento. Bem feitinho, mas mais do mesmo.

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