O Destino de uma Nação

Gary Oldman domina cada minuto de O Destino de uma Nação como já era de se esperar. Seu Churchill, para além da caricatura dos gritos, do mau humor e dos dedos na cara, é construído em cada mínimo detalhe. Ator, em letras garrafais, Oldman oferece tantas nuances para seu personagem que não deixa muito espaço para mais nada no filme. A não ser para o trabalho de maquiagem, tão perfeito que poderia rivalizar com a interpretação do homem, mas tão preciso que justamente desaparece em favor da performance. Coopta imediatamente os olhos e ouvidos do espectador para um filme que poderia ser modorrento, mas que nas mãos de Joe Wright, que sabe dar leveza ao clássico, ganha ritmo e contornos mais atraentes.

Embora siga a mesma fórmula de dezenas de filmes biográficos, incluindo cenas de redenção como a excelente sequência do metrô, aqui o “inspirado em fatos reais” tem uma agilidade incomum por causa da preocupação de Wright com a fotografia e a montagem. No entanto, embora seja um habilidoso diretor de atores, nenhum outro membro do elenco consegue sair da sombra de Gary Oldman. Existe até um esforço meio bobo para colocar Kristin Scott-Thomas no desfecho do filme (sua personagem prometia e praticamente desaparece), mas provavelmente o diretor já estava encantado demais com seu protagonista para dar chance a mais alguém. Não que alguém fosse querer ver outra coisa depois de por os olhos neste Churchill.

O Destino de uma Nação ★★★
Darkest Hour, Joe Wright, 2017

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