Caio Blat, Maria Flor

O retorno do chileno Jorge Durán à direção, 20 anos depois de assinar seu último longa, sinceramente funcionaria melhor se não o projeto tivesse a vontade de se fazer importante enquanto filme de denúncia. Toda a parte política, sociológica, inclusive as entrevistas mal inseridas no decorrer do filme, tudo isso é muito menos interessante (e muito menos ainda bem resolvido) do que o triângulo amoroso a la Jules et Jim, miolo narrativo do longa.

No entanto, o desequilíbrio ainda assim é claro porque a interpretação de Alexandre Rodrigues está anos-luz abaixo das performances de Maria Flor e Caio Blat, este muito bem. Por sinal, a relação da personagem de Blat com a paciente interpretada por Edyr Duqi é a coisa mais legal do filme. Durán, coautor do roteiro de Pixote – A Lei do Mais Fraco, tenta encorpar a história simples com essas pitadas de reflexão social, mas o filme patina quando tenta se aprofundar em alguma questão.

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[Proibido ProibirJorge Durán, 2007]

Comentários

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5 comentários sobre “Proibido Proibir”

  1. Ao assistir o filme pude perceber exatamente o que o diretor quiz passar um jovem usuário de drogas, outro que se esforça para fazer a diferença e se contrastam com outra jovem que fez a faculdade sem dificuldade com a ajuda dos pais e que tem uma boa situação. Ambos não se diférem pelo que tem mas se unem pelo que são.

    Como atores, perfeitos. Cada um, nem pior nem melhor que o outro.

  2. Por que as pessoas sem argumentos são ofensivas e escrevem coisas estúpidas? Por que as pessoas que escrevem coisas estúpidas geramente não gostam de opiniões diferentes das delas?

  3. Pq as pessoas acham que entendem demais de cinema? Dão palpites gratuitos sem ter a menor noção do que estão falando. Comparações fáceis, tiradas de jornais…Irritante…Por enquanto, o melhor filme do ano.

  4. Eu acho o Alexandre bem fraquinho.

    Eu entendo o que vc diz, Tiago, mas acho que tudo é muito ingênuo no filme. Não exatamente nas idéias/ideais dos protagonistas – até porque isso seria bem-vindo – mas na feitura, o que deixa tudo desordenado e frágil.

  5. O filme mostra bem como o cotidiano de uma cidade absolutamente desordenada, cujos problemas sociais não podem ser ajeitados do dia pra noite, sufoca um período de vida em que os três personagens colocam à prova uma idéia frágil de liberdade que eles preservam (e que fica explícito no bordão “proibido proibir” do Caio Blat). Essa sensação de impotência, acho que o filme transmite direitinho, e era necessário mesmo ter o lado “social” da trama. Mas concordo que essa porção “mundo cão” é mostrada de uma forma muito tosca, nada sutil. É que o Durán não é um bom diretor. Ele devia ter passado esse roteiro pra outro dirigir, talvez o Babenco.

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