Zack Snyder pode não ter inventado a câmera lenta, mas seus filmes usaram uns 10% de todo o slow motion da história. Sucker Punch – Mundo Surreal honra esse estilo clássico do diretor. Começa com um cover de “Sweet Dreams (Are Made of This)”, dos Eurythmics, e, de cara, já desacelera as imagens. As músicas pop, muitas vezes regravadas pela protagonista Emily Browning, e a fotografia estilizada, como de praxe, fecham o pacote estético do longa, que é uma trama de mistério/ação sobre uma jovem que é internada num manicômio e mistura realidades.

Dessa maneira, o primeiro literalmente filme feminino de Snyder pode ser definido como um encontro de Burlesque com Mortal Kombat (with lasers). Sucker Punch é um 300 de saias. Quer dizer… A ideia poderia até resultar num filme interessante se o diretor não estivesse tão interessado em explorar tecnologia (de uma forma pouco inovadora), que reprisa a experiência de filmes que trabalharam nesta seara, como Capitão Sky e o Mundo do Amanhã, por exemplo. O resultado, além de chato, parece genérico e reciclado.

Até a maneira como as mocinhas aterrissam no chão é clichê.

Fazia tempo que não se via um blockbusters de ação abusar tanto da trilha sonora, cheia de hits do indie pop, como mandam as regras dos… anos 90! Além de Eurythmics, há um cover de “Where is My Mind”, dos Pixies, também na voz da protagonista, e, entre outras, “Army of Me” com a Bjork mesmo. Elas servem para embalar as cenas de ação, que acontecem no terceiro nível de realidade apresentado pelo filme. No melhor estilo O Último Mestre do Ar, com efeitos visuais bons, mas infantilizados, mesmo que o filme use uma embalagem de filme de guerra moderno para esses momentos de batalha.

Essa infantilização é levada a cabo inclusive na narrativa, que se pretende inteligente, mas cujas camadas de realidade parecem brincadeira repetida. Se alguém se impressionou, posso fazer uma lista com filmes que trabalham melhor esta premissa. No fim das contas, a melhor coisa de Sucker Punch foi perceber como Abbie Cornish, a atriz de Brilho de uma Paixão, tem um corpão que funciona direitinho para filmes de ação. Mesmo que eles sejam mais do mesmo.

Sucker Punch – Mundo Surreal EstrelinhaEstrelinha
[Sucker Punch, Zack Snyder, 2011]

Comentários

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10 comentários sobre “Sucker Punch – Mundo Surreal”

  1. Em Sucker Punch tudo é muito plástico mesmo, visual demais, e sem grandes propósitos. O filme não se sustenta em sua história, repleta de clichês e tentativas de parecer descolado. Não é surpresa vindo de quem vem.

  2. Não entendo…. acho que aqui só se preocuparam com detalhes técnicos… O filme é sensacional… bem… como alguns amigos meus que tive que explicar pq não conseguiram entender nada…É um filme Psicológico… na linha do Cisne Negro… Não curtiu quem não entendeu…

  3. Vcs estão meio…. sei lá… o filme é lindo… cheio de cliches,(CONCORDO) MAS uma delicia…uma viagem… um filme perfeito, realmente me levou a outro mundo… e olha que eu assisto filme quase todos os dias.. ! chorei no final…. me tocou muito mais que AVATAR…RESUMO EMOCIONANTEMENTE MIRABOLANTE….

  4. olha, não gostei tanto assim do filme, mas achei a temática muito interessante, bem que você poderia fazer uma lista com filmes que trabalham melhor esta tal premissa, né??

  5. Acho linda a Abbie Cornish, mas não gostei de tê-la visto neste filme tão constrangedor, e ainda mais ela é uma mulher, enquanto as outras são quase meninas ainda. Pior filme do ano, so far.

  6. O Snyder é sempre muito infeliz na escolha das músicas. Em Watchmen ele errou feio, e aqui não é diferente. O que fizeram com White Rabbit (Jefferson Airplane) e Tomorrow Never Knows (The Beatles)? Além de “remixes” horríveis, elas estão completamente fora de contexto.

    Enfim, Chico, ótimo texto. Assino embaixo.

    Abração!

  7. Caramba, fiquei semanas esperando esse review esperando que o filme tivesse uma nota boa! Bem, há filmes incríveis que eu amo e que você classificou com duas estrelas, vai que esse seja o caso ( espero). haha

  8. Sobre as garotas: Emily Browning tá feia loira e adulta. Tá que nem o pirulito do Chaves: corpinho e um cabeção. O extremo oposto daquela menina que fez Peter Pan e se tornou uma baita ruiva, que aparenta ter mais idade, positivamente falando.

    Jena Malone, pra mim, é uma das mulheres mais sem sal do cinema norte-americano. Só perde pra Ellen Page! haha

    Gostei de ver a garota do High School Musical nesses trajes sexies.

    A oriental não tem o que falar; a Abbie, vc já o fez.

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