Lion é aquele tipo de filme que, há uns 60 anos, a gente reclama que não cabe mais no mundo contemporâneo, mas que surge aqui e ali para provar que o “baseado numa história real” será eterno, utilizando, inclusive, a mesma velha fórmula. O primeiro longa do australiano Garth Davis, que tinha episódios da série Top of the Lake no currículo, segue à risca a cartilha dos dramalhões de superação, com roteiro no pior estilo travessia-da-miséria, que explora atores infantis talentosos, usa uma trilha faça-me-chorar e que se vende pela suposta simplicidade de sua história, quando, no entanto, é um trator de lugares comuns. Sunny Pawar é encantador, rouba todas as cenas. Quais as chances de não amar este garoto adorável (e provavelmente preparado pela Fátima Toledo)?, mas, sobre Dev Patel, basta dizer que ele faz exatamente o que se espera que ele faça num projeto como este. É o pior tipo de filme disponível no mercado, até por fazer a mais barata chantagem emocional com o espectador. E, “sim, temos imagens dos personagens reais”.

Lion: Uma Jornada para Casa Estrelinha½
[Lion, Garth Davis, 2016]

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