Belo filme de Joel Pizzini, que é extremamente carinhoso com a apresentação dos remanescentes da tribo Guató, que sobrevivem no Pantanal mato-grossense. O documentário é intercalado por aparições de Paulo José, que nas peles de generais, juízes e religiosos ajuda a compor o histórico do povo, que foi considerado extinto por quase uma década. Algo que eu pensei que não fosse funcionar, mas que se revela bem eficaz a cada nova intervenção. A fotografia, a cargo de Mário Carneiro, que assinou vários filmes do Cinema Novo, é um dos pontos altos do filme, que é bem cuidado tanto da montagem quanto na trilha, mas que peca apenas porque muitas das cenas onde há sobreposição de sons ficam incompreensíveis. No entanto, o diretor tem a sábia decisão de não se apoiar no belo conjunto de cenários e cair num formato de especial da National Geographic. Pelo contrário, o filme se afirma como um pequeno recorte dos efeitos da passagem do tempo numa cultura.

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[500 Almas, Joel Pizzini, 2004]

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