Quando, em 2001, o personagem Shrek chegou aos cinemas foi literalmente uma revolução. Naquela época, os longas de animação começavam a se arriscar, em busca de um público menos infantil, com histórias menos ligadas a contos de fada e um humor menos inofensivo. O longa de estreia do Ogro virou essas propostas pelo avesso. Shrek, de Andrew Adamson e Vicky Jenson, descontruiu as fábulas, desmoralizou personagens que pareciam intocáveis e fez isso tudo com um humor inteligente.
Mas a ousadia ficou pelo caminho. Se o segundo filme era tão bom – ou até melhor – do que o original, o terceiro, careta, com raros momentos realmente fiéis ao espírito do personagem, decepcionou. Shrek Para Sempre, anunciado como o réquiem da franquia no cinema, segue esta mesma linha e adota exatamente o conceito de franquia para se despedir. Comparando com um belíssimo fim de uma série de animação no cinema, Toy Story 3, o novo filme do Ogro apanha feio.
Enquanto a nova aventura do longa da Pixar serve como coadjuvante ao propósito de oferecer uma despedida aos personagens, o filme de Mike Mitchell, que dirigiu algumas comédias bobas em carne-e-osso antes de se aventurar pela animação, é apenas mais uma história do Shrek. A comparação já é um belo golpe no filme, mas a própria aventura não ajuda. Há algumas cenas legais e piadas engraçadinhas, mas, no geral, tudo é muito quadrado. Este filme é quase um reflexo do que aconteceu com o personagem: depois de casar e virar pai de família, o Ogro perdeu o sarcasmo e seus filmes deram adeus à anarquia. A despedida de Shrek ficou bem sem graça.
Shrek Para Sempre
[Shrek Forever After, Mike Mitchell, 2010]
adoroooo eles
vou ter que destoar porque adorei ver algumas das crises da minha geração na pele do ogro.
Você vai me chamar de chato, mas eu dormi no cinema, no segundo filme. Literalmente. Por mais de meia hora.
Acho que acabei até aceitando bem o Shrek 4 porque o Shrek 3 era RUIM DEMAIS. Como veio um filme mais “bem feitinho”, acabou sendo mais agradável.
Outro detalhe importante é como nesses dois últimos filmes não conseguiram criar mais absolutamente NADA de personagens. No primeiro tinha o burro, no segundo o gato, e parou por ai… todas as tentativas foram frustradas.
* o teclado ta desconfigurado =x
Concordo. Triste, mas concordo. Sai do cinema com essa sensação de que o Shrek traiu sua própria história, e se antes ele lutava pra recusar o poder, ele agora é o que luta para manter o padrão. Que seria menos grave se ele não tivesse nos conquistado como transgressor. Pena.
universos paralelos em franquias nunca dão certo e acabam sempre levando o filme a lugar nenhum sem acrescentar nada de novo a história…
shrek 4 repetiu o erro de cidnerelea 3, a diferença é que ainda da pra rir 1 ou 2 vezes em shrek…