Poder sem Limites é um filme ambicioso, que nasce do encontro de três projetos de cinema que pareciam esgotados. De um lado, temos o filme de super-herói, gênero que floodou as salas de exibição na última década. Do outro, o drama adolescente, que repete os mesmos conflitos há pelo menos 50 anos. E, no meio, temos a câmera na mão, febre do cinema-reality que se espalhou por gêneros e passou a ser usada sem critério.
O filme de Josh Trank mora na intersecção entre essas três propostas de linguagem e as converte possivelmente no melhor filme de heróis já feito e no uso mais inteligente de câmera subjetiva dos últimos tempos. Um feito supreendente para um cineasta que assina seu primeiro trabalho.
A estrutura é a de um drama adolescente, com um protagonista que vive à margem: agredido em casa, excluído na escola, vítima de bullying na rua. O roteirista Max Landis, filho do diretor John Landis, se aproveita desta plataforma, com construção dramática exemplar, para inserir superpoderes recém-adquiridos como um aspecto a mais da trama, que exacerba e renova os conflitos.
As luzes estão nos bastidores, em como os protagonistam descobrem e se relacionam com seus poderes. Os efeitos visuais são hiperrealistas, filmados com uma naturalidade que falta às grandes produções. Informação importante: o orçamento desse filme foi de US$ 12 milhões, ínfimo para os padrões de Hollywood. Tudo parece caseiro, mas extremamente bem acabado. Isso reforça a simplicidade do filme.
A câmera subjetiva acentua a intimidade do espectador para com os protagonistas. Trank faz desse artifício a linguagem visual do filme: todas as cenas são apresentadas pelo ponto de vista da câmera do protagonista (num uso inteligente de espelhos e de troca de operador que nunca esgota o formato), por câmeras de segurança ou pela televisão.
Temos, então, um filme de gênero como nunca se viu, que mostra o nascimento de heróis e vilões com seriedade e sensibilidade. Trank e Landis não recorrem a mentores e perseguições. Centra fogo em garotos tentando lidar com seus novos poderes, mas o drama não está apenas nisso. As questões são todas anteriores: natureza, história de vida. O que determina o futuro é quem você é.
Poder Sem Limites
[Chronicle, Josh Trank, 2012]
O filme é bom, mas se não fosse gravado pelos próprios personagens seria muito melhor.
Um dos piores filmes que eu já vi, detestei! Os filmes recomendados são em geral muito bons mas esse não gostei!
Curti demais o filme. Gratíssima surpresa!
Lindeza, né?