[no sofá]
[a aventura ]
direção: michelangelo antonioni.
La Avventura, 1959. É o cinema do abandono do começo-meio-e-fim. Antonioni provoca o espectador ao jogar um mistério que virá a ser insolúvel embora seja o ponto de partida para a ação. Ao diretor, pouco importa localizar desaparecidos (embora dedique muito tempo em tornar o desaparecimento crucial para a história), mas investigar as relações que se reestruturam a partir do fato e acompanhá-las sob o disfarce de seguir as pistas para solucionar o mistério. A câmera então é, com raros momentos de exceção, naturalista, pronta a nos colocar nos papéis dos que vemos na tela. Raramente a imagem significa algo muito além do que mostra. Muito mais radical do que A Noite (1960), filme que junto com este e O Eclipse (1961), integra uma trilogia sobre a mulher, concebida pelo diretor, o filme acompanha a revolução narrativa que o cinema sofreu, sobretudo na Europa nesta época. Estes dois outros títulos deverão ser revistos em breve. E, apesar de eu adorar A Noite, que certamente apareceria numa lista de meus cinqüenta filmes favoritos, foi em A Aventura que a aventura de Antonioni começou de verdade.
Com Monica Vitti, Gabriele Ferzetti, Lea Massari, Dominique Blanchar, Renzo Ricci, James Adams, Esmeralda Ruspoli.
Pois é, “Blow Up” e “O Passageiro” eu vi faz muito tempo, na época em que comecei a me interessar por cinema, mas não estava preparado para Antonioni. De “Blow Up”, eu gostei um bocado qaundo vi, mas também achei “O Passageiro” muito chato. Quero revê-los para saber qual meu aval real sobre Antonioni.
“O Grito”, eu nunca vi. “Alphaville” é bem chatinho.
“Blow Up” é o meu preferido dele, seguido por “O Grito”. Gosto muito de algumas cenas de “O Eclipse”. “Passageiro…” eu vi duas vezes e achei bem chato em ambas _mas ainda darei outra chance a ele; faço o mesmo com o “Alphaville” do Godard (de quem gosto bem mais), outro filme campeão de chatice.
Mas não conseguem se empolgar nem com Blow Up?
Ou com Profissão: Repórter e o plano mais “what the fuck?” do cinema?
Antonioni ainda não me pegou. Acho que porque seus filmes talvez funcionem melhor no cinema do que no vídeo, já que a minha melhor experiência com um filme dele foi vendo ALÉM DAS NUVENS no cinema.
Eu chamaria a câmera “A Aventura” de urgente. Quase todos os planos são diretos.
Eu adoro o Antonioni. Sempre quis ver A Aventura. Mas não sei se chamaria a câmera dele de naturalista.
Cara, eu também tenho. Mas tô tentando me adaptar.
Ainda não vi. Tenho um certo “problema” com o Antonioni. Mas adoro a Monica Vitti.