Eu realmente me impressiono com a unanimidade em relação a este filme porque, na minha opinião, ele é a primeira bola fora de Beto Brant. O filme, baseado num texto muito pretensioso e pouco convicente de Sérgio Sant’Anna, que tenta incorporar a arte (ou as artes) à, digamos, essência da vida. Isso me soou pedante, metido à besta e mal resolvido. Esta preocupação é o eixo central do roteiro, que deixa escapulir, talvez conscientemente, uma história mais consistente para o protagonista. Os intermezzos com as encenações de teatro são longos demais para um filme tão curto. E a melhor cena – quem diria? – é a protagonizada pelo intragável Cláudio Assis, diretor de Amarelo Manga (2003), que está excelente (e parece bêbado).
Crime Delicado
[Crime Delicado, Beto Brant, 2005]
Ai, até que enfim alguém que acha o filme pretensioso!!!
Achei muito, muito cabeçudo!!! A melhor parte é a seqüência do diálogo com a Maria Manoela e a visitinha que ela faz à casa dele, seguido da cena do teatro.
Bola fora do Brant, na minha singela opinião.
Ah, e o Cláudio Assis fez o papel dele mesmo ou não? rs…
Eu cheguei a escrever um texto, na primeira pessoa do Cláudio Assis, na época que vi “Amarelo Manga”, deixando claro que o texto era uma obra de ficção. Acho que ele é muito bobo, muito metido a importante. Mas no filme, ele está excelente mesmo. Gugu, apareça mais aqui…
Concordo plenamente Chico. Finalmente, né?! heehhe Mas, veja, o Claudio Assis né intragável nao, ele é um puta ator, e tá rodando filminho novo… Abs, meu amigo!
é o melhor filme do brant, na minha opinião. mas obra-prima é exagero. acho muito melhor que o invasor, e um pouco afrente de Matadores.
Tb mais desgosto do que gosto do filme, estou tentando entender essa quase unanimidade…
Vi o Cláudio Assis umas dez, quinze vezes na minha vida. Se ele não estivesse bêbado, estava a caminho de ficar em todas elas, hehe.
Sobre o filme, anda tendo um embate grande no meio cultural a respeito. Tem sido o burburinho faz mais de semana, após ataques que o filme recebeu da VEJA (não li). Em cabine, muita gente já descia o pau desde a Mostra. Eu só li o texto do Inácio, elogioso.
Do filme, gosto bastante, mas não acho topo do trabalho do Beto. Acho que firma o Beto como autor importante, desvincilhando sua imagem de um gênero e estética específica, mas nem por isso perdendo unidade. Ainda que eu goste mais do Invasor (coloque o Matadores no mesmo patamer que o Crime).
Achei bem irregular, mas por hora me parece o melhor dele. A seqüência do pintor e da modelo, seguida da pintura do quadro, é ótima.
Acho que o Cláudio Assis é daquele jeito mesmo. Ou seja, bêbado.
Eu li, Guga. Acho suas reflexões muito boas, mas eu ainda acho que o filme não desce de um plano intelectual meio fake.
Acho a unanimidade exagerada e até meio incompreensível – afinal Brant se posiciona, no embate crítico x artista que cria, completamente a favor do artista. Mas acho que o filme tem alguns pontos bem interessantes (escrevi sobre elelá no log, Chico).