A Questão Humana

A Questão Humana é impressionante e devastador. Só consegui vê-lo numa sessão extra e gostaria imensamente de poder fazer isso de novo o mais rápido possível. Minha primeira impressão é de que se trata de uma obra-prima sobre o quão pesada é a História sobre nossos ombros – e sobre como as estruturas que nos submetemos têm origens muito mais perversas do que imaginamos. O foco da investigação que Simon, vivido por um mais uma vez brilhante Mathieu Amalric, tem por missão – cujo objetivo, em outras palavras, é a salvação do capitalismo, a manutenção do status quo – se abre com voracidade, revelando nossa pequenez perante o mundo. Nicolas Klotz tem uma habilidade absurda com sua câmera (e com seu corte), criando imagens assustadoras, como quando o protagonista briga com a namorada numa rave ou o momento da confissão da secretária de Just, um Michael Lonsdale insólito. Klotz arquiteta o passo-a-passo das descobertas de Simon como um labirinto sinistro onde personagem e espectador começam a duvidar de si mesmos.

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[La Question Humaine, Nicolas Klotz, 2007]

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