Três filmes brasileiros estão entre os dez selecionados para disputar o Troféu Bandeira Paulista, o prêmio principal da 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que vai ser entregue na quinta-feira (1). O favorito entre esses finalistas é o primeiro longa-metragem de ficção dirigido pelo carioca Chico Teixeira, que tem uma carreira estabelecida como documentarista.

Em A Casa de Alice, Teixeira volta ao universo da família, que já tinha sido abordado em seu último longa a chegar ao circuito, Carrego Comigo, documentário sobre irmãos gêmeos. Mas, desta vez, o foco e o tratamento são outros. O novo filme é o retrato de uma casa de classe média baixa, onde os personagens se revelam aos poucos.

Num primeiro momento, somos apresentados aos seis membros da família (pai, mãe, três filhos e avó) para, a seguir, conhecermos os pequenos pecados guardados por cada um. Temas como traição, sexualidade, velhice e honestidade entram em cena pincelados. Não há a intenção de se aprofundar, fazer análises e muito menos julgamentos dos personagens.

Imagine um Beleza Americana, onde todos também guardam suas falhas, sem a busca por chocar o espectador. Nesse sentido, A Casa de Alice é um filme mais plausível, mais real. O diretor enxerga o comportamento muitas vezes questionável de seus personagens como conseqüências do cotidiano, da vida em grupo. Tudo é natural e compreensível.

O único senão é que, às vezes, o roteiro se acomoda a essa idéia e não gera grandes conflitos. O filme de Chico Teixeira é circular. Parte de um ponto para, depois de uma imensa volta, chegar num lugar não muito distante. O que interessa ao diretor é o impacto que esse movimento causa na vida dos envolvidos. Carla Ribas, a protagonista, está ótima.

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[A Casa de Alice, Chico Teixeira, 2007]

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