A proposta de A Falta que nos Move é bem suspeita: cinco atores são convidados a fazer um filme numa casa onde ficarão isolados e receberam orientações de roteiro por mensagens de celular. Em sua primeira meia hora, o resultado fica acima do esperado justamente porque a espontaneidade faz surgir uma ironia simples, com piadas de-reunião-de-amigos levando a plateia às gargalhadas. Caso se mantivesse assim, sem grandes pretensões, o filme seria um encontro simpático, ainda que algo vazio. Mas a diretora Christine Jatahy decidiu dar mais peso ao material, supostamente querendo dar estofo ao isolamento numa espécie de momento big-brother-de-embate-entre-machos. Aí o negócio pesa e a espontaneidade dá lugar a um tom agressivo, que, real como quer o projeto ou não, soa pedante.
A Falta que nos Move
[A Falta que nos Move, Christiane Jutahy, 2009]
A proposta, ao menos, parecia legal…