A Fuller Life

Diante de uma história tão rica, era de se esperar um pouco mais de A Fuller Life. A história, que ninguém se engane, continua lá – e continua rica, mas o formato que Samantha Fuller escolheu para falar sobre o pai parece cômodo demais. A diretora abre o filme com uma apresentação que parece de programa de TV: falando diretamente para a câmera, ela alterna jogos de palavras e clichês sobre seu pai, o cineasta Samuel Fuller, enquanto caminha pela biblioteca dele, colecionando objetos que o caracterizam, como um rifle. É a parte mais ousada – e a que menos funciona – do filme, que a partir daí convida atores, cineastas, roteiristas (entre eles Mark Hammil, Jennifer Beals e o grande William Friedkin) para ler trechos da autobiografia do homem.

As passagens lidas, da experiência como repórter de polícia ao tempo em que lutou na Segunda Guerra Mundial, passando pelo início do namoro com Hollywood, Samantha Fuller ilustra com fotos e muitas imagens da época, a maioria delas imagens raras, filmadas pelo próprio cineasta. Essa riqueza imagética somada ao texto simples e saboroso do cineasta levantam o material e ajudam a contar os detalhes de uma trajetória única no cinema americano. Um dos momentos mais emocionantes é quando a atriz Constance Towers, estrela de O Beijo Amargo, rodado há quase 50 anos, aparece como uma linda senhora na tela.

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[A Fuller Life, Samantha Fuller, 2013]

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