O Anima Mundi deste ano não me apresentou nenhuma obra-prima, a não ser na sessão com os filmes que ganharam o Oscar, mas deu pra ver vários belos trabalhos. Consegui assistir menos curtas do que eu eu queria, culpa também do apertado cronograma de 5 dias de festival em São Paulo, metade do que aconteceu no Rio. Nas 6 sessões de filmes novos que eu vi, foram cerca 50 curtas. Fazer o Top 10 não foi muito fácil, mas aí vai.
10 Zombirama ½
[Zombirama, Ariel López V, Nano Benayón, Argentina, 2012]
Curta de animação argentino de zumbis. Para honrar a tradição política do gênero, a epidemia começa no dia 24 de março de 1976, data em que começou a ditadura no país. Como pode dar errado?
9 Agora Você Já Sabe Mesmo ½
[Nu ken je het toch al, Bastiaan Schravendeel, Holanda, 2012]
Belo exercício sobre a imaginação infantil. Uma garota conta uma história que ela mesma escreveu e seus personagens se materializam e participam da ação.
8 Casa Grande
[Suur Maja, Kristjan Holm, Estônia, 2012]
Os traços simples que misturam técnicas de desenho em papel transformam cenas do cotidiano de um prédio numa história policial, com uma trilha percussiva que marca toda ação.
7 Gordura ½
[Fat, Yohann Auroux Bernard, Gary Fouchy, Sébastien de Oliveira Bispo, França, 2012]
A liberdade de não precisar explicar. Os animais de uma fazenda ficam gordos e flutuam de uma hora pra outra. O fazendeiro tem que se adaptar à nova situação. O humor nasce do bizarro.
6 Pythagasaurus ½
[Pythagasaurus, Peter Peake, Grã-Bretanha, 2012]
O vulcão vai explodir, hora de recorrer à ajuda do dinossauro matemático. O desenho infantil dos personagens funciona bem com as intervenções visuais.
5 Zing ½
[Zing, Kyra Buschor, Cynthia Collins, Alemanha, 2012]
Colocar fim a vida é o trabalho do Sr. Grimm, que mora numa casa que funciona como uma máquina de matar. Até que surge uma pequena heroína em busca de seu bichano. Releitura de mitos.
4 Rosette ½
[Rosette, Romain Borrel, Gaël Falzowski, Benjamin Rabaste, Vincent Tonelli, França, 2012]
Este curta-alucinação mostra como podemos nos tornar reféns de nossas próprias visões do futuro. A transformação gradual num filme de terror é deliciosa.
3 Itsihitanantsu ½
[Itsihitanantsu, Natalia Ryss, Rússia, 2012]
O trabalho de animação mais original deste ano, que mistura pintura e recortes, para contar uma história macabra sobre se render a velhas lendas. Embora dure mais do que deveria, tem momentos assustadores.
2 Dente Siso
[Wisdom Teeth, Don Hertzfeldt, EUA, 2012]
Don Hertzfeldt continua acertando em cheio. O traço é o mais básico de todos, mas é com essa simplicidade que ele investiga a crueldade do homem. Um filme cruel.
1 Cadáver
[Cadaver, Jonah D. Ansell, EUA, 2012]
O homem morreu, mas não teve chance de dizer adeus à esposa. Quando ele volta para para se despedir descobre que a vida esconde segredos e que a morte não é necessariamente um fim.
Ainda não vi, mas verei!
Vai menção honrosa para Man in a Cat?