Filmes sobre a memória geralmente são tristes e nostálgicos e dependem exclusivamente do passado. Mas não se a diretora é Agnès Varda. Em seu As Praias de Agnès, César de melhor documentário, a francesa remonta sua vida, sua história no cinema e seu casamento com Jacques Demy numa auto-homenagem singela, original e extremamente bem-humorada. Mesmo num documentário, Varda prima pela invenção visual, presenteando o espectador com imagens preciosas seja no reflexo de um espelho ou num gato desenhado. O filme é, em sua maior parte, brilhante e de um frescor invejável para qualquer pessoa que tenha menos de 80 anos.
As Praias de Agnès
[Las Plages de Agnès, Agnès Varda, 2008]