http://www.youtube.com/watch?v=jLR1yCvu498

Nada está fora do lugar em Gravidade, de Alfonso Cuarón: dos cenários virtuais à maneira como a câmera enquadra os atores, tudo foi milimetricamente calculado para que esta fosse uma das maiores experiências cinematográficas deste ano. Principalmente, o texto, escrito pelo cineasta mexicano e por seu filho, Jonás. Coube ao Cuarón mais jovem dirigir Aningaaq, spin-off do longa, que mostra o outro lado da cena em que a personagem de Sandra Bullock consegue fazer contato via rádio com alguém na Terra. A câmera documental de Jonás apresenta o protagonista, que batiza o curta e tem sua rotina interrompida por uma ligação da qual ele desconhece a origem. Se no longa esta cena, propositadamente comprida, provavelmente já com o projeto do curta em mente, quebra um pouco da fluidez do filme, aqui, sob outro ponto de vista, ela não apenas se justifica, como fica encantadora. Em Gravidade, tudo o que o espectador tinha direito é a um diálogo em que só se entendia o que um personagem falava. Aqui, compreendendo o que estava por trás daquele rádio, é mais fácil entender porque aquela conversa durou tanto, porque ela foi tão importante para a personagem de Bullock e porque as coisas podem ser bem mais imensas do que imaginamos, inclusive os curtas.

Aningaaq EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha½
[Aningaaq, Jonas Fuarón, 2013]

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