[saqueando a bilheteria]
Num ano em que heróis dos quadrinhos que viraram ícones de quatro, cinco gerações, voltam às telas, em que o maior astro do mundo faz mais um filme de uma série de ação de sucesso, em que animações destinadas a um público cada vez mais amplo com assinaturas famosas chegam às telas, em que o maior best-seller dos último tempos vira filme, por que diabos o campeão de bilheteria do ano é Piratas do Caribe: o Baú da Morte? E, com mil caracóis, como é que ele consegue este título em pouco mais de dez dias?
É um mistério para mim. Johnny Depp não tem um décimo da popularidade de Tom Cruise. Jack Sparrow tem uma história muito menor do que Ethan Hunt. E ele, apenas ele, consegue bater um mito universal como o Superman, que ainda levava consigo os quase vinte anos de expectativa de um novo filme protagonizado pelo maior herói dos quadrinhos? E ele, apenas ele, consegue bater todos os X-Men, um grupo cujo alcance parece cada vez maior? Tá, é um filme com uma platéia bem abrangente, destinado principalmente às crianças e adolescentes, mas A Era do Gelo 2 e Carros não são filmes igualmente direcionados a um público enorme e o último ainda tem a assinatura da Pixar, que leva muito mais gente para os cinemas?
Nenhuma razão parece suficiente para explicar o que aconteceu. O filme estreou batendo recordes. É a maior bilheteria de um fim de semana de estréia na história e também é o “maior” filme de um mês de julho. Rapidamente, deve entrar para o séquito de apenas 21 filmes com bilheterias maiores do que US$ 300 milhões (já tem US$ 258 milhões), que começa a ficar cada vez mais musculoso e do qual o número 21 é justamente o primeiro exemplar de Piratas do Caribe. Uma carreira realmente admirável que muita gente acredita que possa refletir até no Oscar. Uma segunda indicação de Johnny Depp pelo mesmo papel, que não é um papel de Oscar? Acho que não. Mas quem é que vai saber?
Entre Johnny Depp e Brandon Routh, fico com Johnny Depp. Em qualquer papel. De olhos fechados. Até em “O libertino”, que é uma bomba.
Vi o “Superman Returns” hoje. Tem seus momentos, mas no geral é pior que os antecessores (com exceção do IV, que não vi), e perde feio tanto para “X-2” e “Homem-Aranha 2”.
Acho que a interpretação dele nunca é realmente boa, só mediana. Acho que ele recorre a chavões o tempo inteiro. E acho que todos os seus freaks têm o mesmo padrão. Gosto dele, sem achar um grande ator.
Por que limitado, Chico? Se você se refere à preferência dele por personagens bizarros, a galeria de freaks dele é ampla, do trágico (Edward Mãos-de-Tesoura) ao perturbador (Wonka), passando pelo cômico (Sparrow).