[festival do rio – boletim um]

[um mundo maravilhoso ]
direção: Luis Estrada.

Un Mundo Maravilloso, 2006. Filme mexicano bastante eficiente na concepção visual e técnica (fotografia, direção de arte, montagem, música, som), embora tudo seja limpinho demais. O problema é que, isolando o âmbito mecânico, fica uma tentativa mal desenhada de fábula lúdica/macabra que aposta no carisma do protagonista e no quanto estranho tudo parecer ser. É pouco.

Com Damián Alcázar, Cecilia Suárez, Jesús Ochoa.

[fuga ]
direção: Pablo Larraín.

Fuga, 2006. Filme chileno interessantíssimo, talvez até mais do que isso; precisaria ver de novo. A história da sinfonia amaldiçoada que, ao ser executada, mata alguém, é convicente porque assume um tom quase excessivo, mas que nunca chega a isso. Larraín tem um talento inegável para dar um clima poético às cenas, seja na composição de imagens ou no contar a história. Talvez às vezes seja grandioso demais, mas mesmo assim é um trabalho muito bonito. E tem uma trilha belíssima.

Com Benjamín Vicuña, Gastón Pauls, María Izquierdo.

[fonte da vida ]
direção: Darren Aronofsky.

The Fountain, 2006. Um filme que me surpreendeu por não ter recebido todas as vaias que merece. Esse novo Aronofsky é muito pior do que eu poderia imaginar. Metafísica barata, desperdício de texto sobre um tema interessante como os planos de existência e um tom brega, seja no(s) romance(s) ou na execução dos efeitos visuais, horrendos. Hugh Jackman deveria estar muito concentrado nos próximos Wolverines porque esqueceu de atuar. Um filme assustador de tão ruim e, o pior, pérfido por tentar cooptar o espectador para seu embuste. E teve gente que caiu.

Com Hugh Jackman, Rachel Weisz, Ellen Burstyn.

[hollywoodland ]
direção: Allen Coulter.

Hollywoodland, 2006. Bom trabalho que funciona como relato biográfico e como filme de investigação com toques noir, sem ser exatamente um exemplar do gênero. A condução do filme a partir do ponto de vista do detetive foi uma boa sacada e permitiu uma visão de fora dos fatos a cerca da morte de George Reeves, o primeiro Superman. A interpetação de Ben Affleck, premiada em Veneza, é simpática e parece dedicada (a cenas em que ele está vestido de um Superman cinza e marrom – o uniforme era assim para dar textura ao preto-e-branco na TV – são muito boas) bastante apesar de não ser performance notável. Acho que ele vai concorrer ao Oscar, sim. Adrien Brody e Diane Lane estão muito bem.

Com Adrien Brody, Ben Affleck, Diane Lane, Bob Hoskins, Alexis Bledel, Kate Bosworth.

Comentários

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10 comentários sobre “[festival do rio – boletim 1]”

  1. Alberto, não entendi o que vc quis dizer sobre “extraviados da globo.com”. Ao que vc se refere?
    Sobre o filme, ele não seria “Ensina-me a Viver” (Harold and Maude), do Hal Ashby?

    Patricia, eu detesto textos que contam o fim do filme.

    Milton, é bem por aí…

  2. Meu caro Chico, parabéns pelo seu blog. É um verdadeiro tesouro para qualquer cinéfilo.
    Não sei se vc ainda está na dúvida ou se já se resolveu sobre postar ou não os posts extraviados do globo.com. Mas minha opinião é que não deve deixar de fazê-lo. A julgar pelos que vi aqui, devem ser muito bons e não devem ficar no ostracismo.
    Para finalizar, queria lhe fazer uma pergunta: você sabe o título de um filme que conta a história de um amor entre uma senhora bem velhinha e um rapaz e que no final ela o deixa só porque morre?
    Se souber, por favor me envie a resposta ou publique-a aqui no seu blog! Agradeço desde já!
    Alberto.

  3. Chico, you broke my heart!! snif…

    Fiquei mais curiosa ainda pra ver The Fountain.

    Gosto de como vc analisa o filme sem ficar contando detalhes (especialmente o final) como uns e outros por aí… 😛

    Um beijo!

  4. Cara, é um filme decepcionante.

    Affleck é claramente coadjuvante – deve ser indicado assim, a menos que o estúdio resolva manipular isso como vão fazer com a Meryl Streep, em “O Diabo Veste Prada”.

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