FILHOS DO PARAÍSO
Filhos do Paraíso é um filme lindo. Majid Majidi, cineasta de Baran, lançado há pouco tempo no Brasil, faz nesse longa anterior tudo o que não consegue fazer no trabalho mais recente. A história dos dois irmãos que têm que dividir o mesmo sapatinho para ir à escola vai muito além de uma pequena história iraniana. É uma pequena história universal. O filme viaja tranqüilo por uma lição do que é a solidariedade, saltando os lugares comuns do cinema, correndo para o lado contrário do maniqueísmo.
Como em qualquer filme iraniano, os atores não são profissionais, mas a dupla de protagonistas é encantadora. Ali e Zahra conquistam pelos sorrisos e pelas lágrimas. Os dois estabelecem uma rara simbiose no cinema recente. Os irmãos são amigos, cúmplices, comparsas. Dividem segredos e dividem realidade. Formam uma liagção inexorável e indestrutível. Nada mais lindo. Como deve ser. Filhos do Paraíso é um filme lindo.
Filhos do Paraíso
Bacheha-Ye aseman, Irã, 1997
Direção e Roteiro: Majid Majidi
Elenco: Amir Farrokh Hashemian, Bahare Seddiqi, Mohammad Amir Naji, Nafise Jafar-Mohammadi, Fereshte Sarabandi, Kamal Mirkarimi, Behzad Rafi, Dariush Mokhtari, Mohammad-Hasan Hosseinian, Masume Dair. Produção: Mohammad Esfandiari e Amir Esfandiari. Fotografia: Parviz Malekzaade. Edição: Hassan Hassandoost.
Reduce the complexity of life by eliminating the needless wants of life, and the labors of life reduce themselves.