Girimunho

A saída para o marasmo em que se encontrava o recente cinema independente brasileiro parece estar no encontro entre atores amadores, personagens reais e histórias que têm muito desses atores e desses personagens. Girimunho, longa de estreia de Helvécio Marins e Clarissa Campolina, é o melhor exemplo disso. O filme é de uma sensibilidade incrível, que bebe da fonte das ficções documentais com espontaneidade e delicadeza.

O filme invade uma comunidade no sertão de Minas Gerais e passa a dramatizar as histórias vividas por seus próprios personagens, que encarnam a si mesmos. Felipe Bragança, que dirigiu A Alegria e A Fuga da Mulher Gorila, parece estar muito mais à vontade quando apenas assina o roteiro. Girimunho é extremamente delicado ao reconstruir histórias verdadeiras e, digamos, revolucionário ao trazer novas ideias para a construção da narrativa.

Os diretores mantêm um tom baixo, discreto, o que introduz o formato ‘diferente’ sem grandes rupturas. Apesar de um equipe afinada, que inclui a direção de fotografia, caprichada, o filme não seria metade do que é sem o talento inerente dos atores. Todos estão muito à vontade em seus ‘papéis’, passando ao largo do maior problema das interpretações amadoras: a falta de espontaneidade. Neste contexto, o destaque óbvio é dona Bastu, uma atriz nata, uma personagem ímpar que encanta da primeira à ultima cena.

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[Girimunho, Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina, 2011]

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