Lista, lista, lista. Eu sempre adorei fazer listas. Elas são injustas, limitadas, extremamente questionáveis. Mas fazê-las sempre foi extremamente prazeroso (ainda que todo prazer envolva um pouco de dor, já diriam os masoquistas…). Na versão anterior do Filmes do Chico, eu criei uma seção onde eu perguntava para os companheiros no amor pelo cinema sobre seus favoritos. Muitos me amaldiçoam até hoje pela tarefa cruel. Agora, na versão reloaded do meu blog, uma seção antiga, remasterizada. Para a estréia, uma conhecida personagem no mundo blogueiro cinematográfico.
Gosto dos Outros: Vaquinha Eugênia
“Se uma vez por dia nos dispuséssemos a fazer uma lista dos filmes prediletos, a cada dia ela sairia de um jeito diferente. E nossa dupla personalidade esquizofrênica teria que enfrentar duros embates internos diariamente. Bom, mandamos então uma lista de filmes que vieram a nossa cabeça agora, mas temos certeza que tem vários de fora e que amanhã já estaremos lendo o post e pensando: Por que não pusemos tal filme em vez de tal filme??? E o Hitchcock? Como pudemos deixar o Hitchcock de fora?”.
Luzes da Cidade (31), Charles Chaplin
Difícil escolher entre os filmes do Chaplin, com toda a sua genialidade e poesia. Mas este é um dos que mais nos emociona.
A Regra do Jogo (39), Jean Renoir
Ritmo, atuação, direção.
Anjo Exterminador (62), Luis Buñuel
Um filme que sempre nos volta à cabeça. Com um ponto de partida absurdo que, tratado com muita verdade, tem força suficiente para construir toda uma progressão narrativa e construir uma crítica muito irônica à burguesia.
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (77), Woody Allen
A verdade sobre as comédias românticas.
Noites de Cabíria (57), Federico Fellini
Tá certo, existem outros Fellini muito mais elaborados. Mas a Cabíria da Giulietta Masina é fantástica e o filme é lindo.
Gritos e Sussurros (72), Ingmar Bergman
Direção de atores perfeita, atrizes maravilhosas, fotografia precisa.
Persona (67), Ingmar Bergman
Toda a densidade dramática do Bergman no filme em que ele mais explora a experimentação de linguagem, tanto na fotografia quanto na montagem.
Memórias de Um Estrangulador de Louras (71) Júlio Bressane
Estrangule você também sua loura!
Alphaville (65) Jean-Luc Godard
Um mundo com uma lógica diferente, com relações de causa-consequência diferentes, fomas de comunicação diferentes. Soluções inventivas que soam, apesar de tudo, incrivelmente coerentes. Um filme inesquecível, que não envelheceu. É outra referência estética muito importante.
8 e meio (63), Federico Fellini
A memória e o cinema.
Uma Mulher para Dois (61), François Truffaut
O triângulo amoroso típico de Truffaut, em um de seus filmes mais marcantes.
Encouraçado Potemkim (25), Eisenstein
Exploração máxima da montagem cinematográfica.
O Inquilino (76), Roman Polanski
Ficamos sempre na dúvida sobre o que é viagem da cabeça do protoganista e o que é realidade. O final é genial.
Ser ou Não Ser (42), Ernest Lubitsch
Teatro cinema teatro.
2001 (68), Stanley Kubrick
Uma superprodução que vai além da ficção científica, com um final cheio de reflexão e poesia. E o Hal-9000 é inesquecível.
Ladrões de Bicicleta (48), Vittorio de Sica
Chora, garoto!
Nós que nos Amávamos Tanto (74), Ettore Scola
Belíssimo filme sobre relacionamento entre amigos. Muito legal o recurso “metacinema” de congelar a cena e o personagem olhar para a câmera, revelando ao espectador seu subtexto daquele momento.
Uma Mulher é uma Mulher (61), Jean-Luc Godard
Anna Karina e Godard no auge.
Festa de Família (98), Thomas Vintenberg
O roteiro, a atuação, e principalmente a fluidez da câmera e da montagem, tudo é muito bom. O melhor dentre os filmes do Dogma95.
A Marca da Maldade (57), Orson Welles
O melhor plano da história. E é só o primeiro!
A Vaquinha Eugênia, blogueira, cinéfila, 28 anos. A base de operações de suas atividades bovinas e cinematográficas é São Paulo, a capital.