Esta quinta-feira trouxe uma notícia particularmente triste. O cineasta e roteirista John Hughes morreu, aos 59 anos, vítima de um infarto. Hughes vai ser lembrado para sempre por ter concebido Curtindo a Vida Adoidado, o clássico máximo do cinema pop dos anos 80, o retrato da década, mas sua importância é muito maior. Foi ele o primeiro a conseguir traduzir o adolescente de sua década, a década da falta de perspectivas. Foi ele que deu substância a esse jovem perdido. Sem Hughes, qualquer pessoa que foi jovem nos anos 80 está órfão.
O cineasta dirigiu apenas oito filmes em seus quase trinta anos de carreira. Seu último longa já tem 18 anos de idade. Desde então, permaneceu atuando como roteirista e produtor. Mas, mesmo longe dos holofotes, sua importância enquanto filmador é imensa. Seu melhor filme é o genial O Clube dos Cinco (1985), em que desenha com carinho e precisão cinco dos maiores estereótipos da década e os coloca em conflito, num ambiente fechado. Um filme inesquecível, que ajuda a entender um grupo de pessoas que, até então, não tinham tradução no cinema norte-americano, os adolescentes.
Esse filme metaboliza a investigação do mundo teen que ele lança em Gatinhas e Gatões (1984). Os dois filmes são estrelados pela maior musa adolescente dos anos 80, Molly Ringwald, que entre um e outro, fez A Garota de Rosa Shocking, escrito por Hughes. Como roteirista, ele deixou, além dos filmes escreveu, muitos outros, entre eles Alguém Muito Especial e Esqueceram de Mim, que catapultou Macaulay Culkin ao estrelato. Além de Molly Ringwald e Mac, Hughes lançou ou “bombou” gente como Matthew Broderick, Anthony Michael Hall, Judd Nelson e Ally Sheedy.
É curioso perceber que quando os 80 acabaram, Hughes começou a se recolher. A Malandrinha (1991) é seu último filme como diretor. E certamente o pior. Talvez porque seu cinema só fizesse sentido naquele contexto, naquela década. Talvez porque sua trilha fosse Tears for Fears e Simple Minds. Talvez porque seu trabalho fosse datado, mas não no sentido desagradável da palavra. Seu cinema representava um período, uma época, uma maneira de encarar o mundo.
Os filmes de Hughes como diretor:
Gatinhas e Gatões (1984)
O Clube dos Cinco (1985)
Mulher Nota Mil (1985)
Curtindo a Vida Adoidado (1986)
Antes Só do que Mal Acompanhado (1987)
Ela Vai Ter um Bebê (1988)
Quem Vê Cara, Não Vê Coração (1989)
A Malandrinha (1991)
Vai, sim, deixa só eu passar esse período de caos completo.
Chico, vai rolar um post sobre o festival de cinema mudo?
Hughes ajudou a formar minha personalidade! Seus filmes foram importantíssimos em minha vida! Mais até que “Roque Santeiro”, “Tieta” ou “Sassaricando”… rs
Já que o assunto em questão favorece, porque não?
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Espero vocês lá 🙂
Mestre!
Hughes era o rei!!
Save Ferris! Save Hughes!
Todos aqueles que cresceram tendo a TV como babá eletrônica e assistiram a filmes como Curtindo a Vida Adoidado, Mulher Nota 1000, Clube dos Cinco e A Garota de Rosa Shocking acordaram um pouco mais tristes e envelhecidos na manhã de hoje, depois de as…
valeu hughes!
flashmob para John Hughes: aparecer na frente do museu em horário de aula e cantar Twst & Shout!!
http://twitter.com/Fabio_Negro
Eu sou do final dos anos 80, mas admiro muito o trabalho do Hughes. Sem dúvida um diretor genial! Concordo quando diz que O Clube dos Cinco é seu melhor filme. Enfim, Hughes vai deixar muitas saudades!!