Vamos dizer que eu esteja realmente cansado destas biografias de astros da música pop (e aqui entenda-se pop no sentido global) que, para parecerem francas e verdadeiras, se limitam a mostrar as tragédias particulares de seus protagonistas envolvendo drogas e escândalo. A música, justamente o que deveria ser o carro-chefe de um filme como Johnny & June tem função meramente ilustrativa. Como o meia-boca Ray, do qual é um primo-irmão, o filme de James Mangold é careta e extremamente burocrático.
Não digo que é de todo mal ver cenas com encontros de Cash com Jerry Lee Lewis, Waylon Jennings, Roy Orbison ou The Pelvis, mas o onde está Wally? para achar os cantores famosos não é suficiente para dar consistência ao longa, que delimita a trajetória de Cash pelo lado menos interessante, o do cotidiano familiar. O recorte na conquista romântica que levou anos foi um golpe para atingir um público que quer a “historinha”. Ele funciona apenas por méritos dos atores. As interpretações têm belos momentos, embora as molduras impostas pelo roteiro não permitam muito espaço para que a dupla crie. No entanto, Reese Whitterspoon está notável, sobretudo nas primeiras cenas. Já Joaquin Phoenix, embora sempre correto, só consegue estar pleno quando solta a voz. Por sinal, uma bela voz.
Johnny & June ½
[Walk the Line, James Mangold, 2005]
Como é, Marlos? Não entendi direito…
Alguém notou que o guitarrista de Cash é Forrest Gump da época em que ele ensinou Elvis, The Pelvis, a rebolar? Isso deve ter sido cortado do filme de 93 com Tom Hanks.
Gostei bastante do filme. Esperava muito pouco e me surpreendi. Em breve escreverei no blog sobre ele.
Sim, famoso.
Famoso? Sarcasmo?
Eis o famoso sarcasmo de Diego Maia…