Convencional do começo ao fim, Lope é um dos filmes mais redondos de Andrucha Waddington. O brasileiro teve que ir para a Espanha para encaretar seu cinema (no melhor sentido), aprendeu as regras de uma cinebio hollywoodiana e, para a minha surpresa, fez tudo direitinho. O filme conta, da maneira mais clássica possível, a história do poeta Lope de Vega, que no final do século XVI chacoalhou a cena teatral de Madrid com sua reinvenção da comédia. Waddington põe tudo no lugar certo: personagem que não se enquadra, historinha de amor, interpretações, fotografia, trilha épica. É mais do mesmo, mas só não convence quando Selton Mello aparece sem ter um porquê. De resto, o filme funciona que é uma beleza como o novelão que é.
Lope
[Lope, Andrucha Waddington, 2010]
Acho que não só as cenas do Selton Mello são deslocadas, como os momentos de duelo, que parecem só servir para criar uma emoçãozinha aventuresca no filme. Mas de resto, é um bom filme mesmo.