É muito fácil ‘ler’ este filme como um draminha simplório, antigo, quadradão. É muito burro também. O Despertar de uma Paixão nunca é simplório. É um filme simples, mas cheio de pequenas complexidades no estabelecimento da reconstrução de uma amor. A credibilidade surge do frescor, da vitalidade do texto, mesmo num filme feito à moda antiga, que poderia não saber se livrar dos clichês, que poderia ser apenas a bela fotografia e a excelente música de Alexandre Desplat. Mas é mais. Ser formal, clássico, não é pecado nem demérito. Ainda mais quando se tem Naomi Watts e Edward Norton para dar paixão a seus personagens.
O Despertar de uma Paixão
[The Painted Veil, John Curran, 2006]
E, como sabemos, final do livro é final do livro. A forma como esse final é filmado… É uma coisa bem diferente.
Sim, ok, só acho que limitar a discussão em torno do filme ao fato de ele ser “formal, quadradão” é muito pouco. Não vejo isso como um problema em si. Alguém viu? (pergunto isso pq tanto o comentário do Chico quanto o do blog do Filipe parecem partir do princípio de que há críticas contra o filme por ele ser “à moda antiga”).
O final choroso – eu nem o acho tão choroso assim – não é o final do livro? Deveria ser mudado? Acho que o filme é muito fiel a um estilo de romance enquanto “Longe do Paraíso”, que eu adoro. é a revisitação de um gênero.
Alem disso eu acho que a questão é que tipo de filme antigo ele dialoga com.
Longe do Paraiso é um filme “a moda antiga” com aspas, o que o torna um objeto bem diferente.
Chico,acho que é bem possível não gostar desse filme por outros motivos que não por se tratar de um “filme à moda antiga”. Nem sei se esse seria o termo adequado. “Longe do paraíso” é um filme à moda antiga? Pois é, aí estão dois exemplos completamente diferentes.
E, para mim, o filme está cheio de clichês sim. Principalmente o final choroso, apelação pura.
Pois é, menos modernidade seria mais criativo hoje em dia… hehehe…
Também não acho nenhum pecado ser formal ou clássico ou os dois. Gostaria que as coisas fossem mais assim por aqui. E não só no cinema.
Concordo.