A trajetória de Aurora Greenway no cinema norte-americano é antagônica a de Michael Corleone. Enquanto o poderoso chefão criou o estereótipo do padrinho italiano, o grande pai, e ganhou um status mitológico na cinematografia mundial, Aurora leva para as telas a mãe comum e é facilmente esquecida pelo cinéfilo mais atento. Em Laços de Ternura (83), Aurora estreou no cinema. Abriu as portas de sua casa, mostrou sua família e perdeu uma filha. O filme é um clássico do melodrama norte-americano: fácil, digerível, repleto de clichês e muito eficiente. Não há como negar que fez história.
Shirley MacLaine equilibrou perfeitamente o humor rasgado e o drama profundo. Quando sua personagem volta às telas em O Entardecer de uma Estrela é que dá para se perceber a importância de Aurora. Ela é a matriarca-mor, a mãe suprema, a que assume os problemas dos outros para si. Seu maior trunfo é ser extremamente falível. Quando Aurora ressucita para as telas é que se percebe uma grande atriz e um grande desenho de personagem. Pena que é num filme que não signifique muito.

O Entardecer de uma Estrela EstrelinhaEstrelinha
[The Evening Star, Robert Harling, 1996]

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