[no sofá]
[o exorcismo de emily rose ]
direção: Scott Derrickson.
The Exorcism of Emily Rose, Estados Unidos, 2006. Um ponto forte deste filme é como o embate entre as fés das personagens principais não se dá apenas dentro da equação “eu acredito” + “eu não acredito”. A questão ganha desdobramentos – há a cética, mas também o homem de uma outra crença – e estes recebem um tratamento cuidadoso. É visível o esforço de pesquisa do roteiro sobre o tema e sua tentativa de não ser reducionista, de não tratar o caso de maneira simplória. A estrutura de filme de tribunal, com flashbacks de terror, é bem inusitada, o que concede certa graça ao longa. É indiscutivelmente muito bem produzido, desde a seleção de elenco – há gente muito boa como Laura Linney, Tom Wilkinson e até Campbell Scott – até a direção de arte e a fotografia, cortesia do mesmo Tom Stern que faz os filmes de Clint Eastwood. Câmera com momentos inspirados, com citações a Hitchcok e tudo mais. O que se sente falta então é maturidade na direção, que ao priorizar a tensão judicial torna morno o lado de filme de terror. As seqüências sobrenaturais são corretinhas, mas frouxas. Faltou mão.
Com Laura Linney, Tom Wilkinson, Campbell Scott, Jennifer Carpenter, Colm Feore, Joshua Close, Mary Beth Hurt, Henry Czerny, Shohreh Aghdashloo.