O Fantástico Sr. Raposo

As relações familiares são o assunto principal do cinema de Wes Anderson. Três é Demais e A Vida Marinha de Steve Zissou falam de famílias construídas. Os Excêntricos Tenenbaums e Viagem a Darjeeling, de famílias que tentam se reconstituir. Todos têm em comum a habilidade de Anderson em administrar as diferenças entre os personagens, mergulhados numa melancolia que sustenta as relações e a narrativa. O Fantástico Sr. Raposo, baseado no mesmo Roald Dahl de A Fantástica Fábrica de Chocolate, parecia uma concessão a uma experiência mais leve, mas as aparências realmente enganam.

Todos os temas de apreço do cineasta estão incrustrados ali. Antes de tudo, o filme é um delicioso conto moral com uma animação impecável e assumidamente retrô, cujo interesse é reforçado pelas interpretações de George Clooney e Meryl Streep. O casal mais improvável do ano adota um ritmo lento e cuidadoso para seus personagens que termina ecoando por todo o longa. Desta forma, o filme serve aos propósitos de Anderson, revigorando as ideias do cineasta sobre os laços que unem pais e filhos, maridos e esposas, amigos. É aí que, de história para crianças, o conto do Sr. Raposo se transforma em reflexão universal sobre a vida em comunidade e sobre parcerias e diferenças. E o cineasta também retoma uma questão fundamental a sua obra: a vida em grupo pode ser suficiente quando se macula a própria natureza?

O Fantástico Sr. Raposo EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Fantastic Mr. Fox, Wes Anderson, 2009]

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