Para o bem e para o mal, François Ozon talvez seja o mais versátil diretor do cinema francês atual, transitando por gêneros e formatos com imensa habilidade, mesmo que nem sempre os resultados sejam completamente bons. O Refúgio é um filme que se encaixa nessa definição, mas isso não deveria desanimar ninguém. Depois de uma abertura que promete, com uma viciada em heroína se descobrindo grávida ao lado do namorado morto de overdose, Ozon encontra duas situações-clichê sobrepostas para dar sequência à trama. A primeira é a aproximação entre cunhado e cunhada. A segunda, a atração entre uma mulher hetero e um homem gay. A partir daí, o diretor tenta desenvolver sua personagem, que busca seu espaço num mundo que tenta reconstruir. Há algumas boas soluções, mas muitas vezes o filme não sai do lugar comum. Clean e O Céu de Suely têm situações semelhantes e se resolvem bem melhor.
O Refúgio
[Le Refuge, François Ozon, 2009]