filme
Brooklyn ½ (Fox Searchlight)
A Grande Aposta (Paramount)
Mad Max: Estrada da Fúria (Warner)
Perdido em Marte (Fox)
Ponte de Espiões (Warner)
O Quarto de Jack (A24)
O Regresso ½ (Fox)
Spotlight ½ (Open Road)
esnobados
Divertida Mente (Disney)
Carol (Weinstein)
Os Oito Odiados (Weinstein)
Straight Outta Compton (Universal)
Spotlight começou a temporada em primeiro, ganhando todos os prêmios da crítica. Jornalistas adoraram se ver como mocinhos num filme, coisa realmente rara. Além disso, o tema “importante” e a realização sem firulas reforçam o tom sério do filme. O Oscar já estava praticamente certo quando O Regresso ganhou o Globo de Ouro. Mas o prêmio dos críticos estrangeiros já está meio desgastado enquanto prévia do resultado da Academia e ninguém levava muito a sério a ideia de dar outro Oscar para um filme dirigido pelo mesmo cineasta que ganhou no ano passado. Então, começaram a sair os indicados para os prêmios dos sindicatos e A Grande Aposta estava em todos eles.
Do dia para noite, o filme de Adam McKay, o último a entrar no jogo, tinha virado favorito, condição que se confirmou com a escolha do Sindicato dos Produtores, que o elegeu o melhor do ano. Desde que o Oscar aumentou o número de indicados para melhor filme, os produtores não erram uma. Spotlight ganhou uma sobrevida ao ser escolhido na categoria de melhor elenco do SAG. Desde que aconteceu aquela hecatombe da vitória de Crash no Oscar, criou-se a lenda de que o vencedor do prêmio de elenco do Sindicato dos Atores ganha a estatueta principal da Academia. Não é bem assim, mas o povo tem memória curta. E aí, quando tínhamos dois protagonistas na temporada, O Regresso ganha o DGA. E depois o Bafta de filme e diretor. E o fantasma do Oscar consecutivo parece não assombrar mais ninguém.
É como se a temporada tivesse dado o aval para a Academia premiar Iñarritú e seu filme de novo. Será? A campanha está fortíssima, a votação começou na semana passada, exatamente no momento em que o filme está no auge, mas será que Hollywood não vai achar demais? Será que o quadro de votantes, que ainda não mudou apesar do anúncio da Academia de que vai diversificar seus membros, vai reeleger um diretor mexicano? Ou será que a presença de Leo DiCaprio, a maior barbada do ano, vai dar uma força para o filme? Ou ainda será que a Academia ligou o dane-se e vai comprar melhor campanha, ops, escolher o melhor filme de acordo com o que ela acha mesmo? É bom lembrar que o Globo de Ouro e o Bafta premiaram Boyhood no ano passado. Não tinham esse problema de repetir vencedores.
O fato é que se Spotlight ganhar, vão ter que dar substância a essa vitória. O filme certamente leva roteiro original, mas um melhor do ano se sustenta com só mais um Oscar? A Academia nunca achou isso muito bonito. Mas é difícil pensar numa vitória de Tom McCarthy, cujo trabalho é quase invisível. Teria Mark Ruffalo força para derrubar Stallone (ou Mark Rylance) e se eleger como coadjuvante para que o “filme do ano” tivesse pelo menos três prêmios, que parece ser o mínimo aceitável para um grande vencedor? Com Crash e Argo foi assim. Agora, se “A Grande Aposta” ganhar, o prêmio de filme vai estar escorado num de roteiro adaptado, onde ele é favorito, e possivelmente num de montagem, que é a alma do longa. Mas essa produção pequena, essa comédia um pouco mais séria, tem perfil de Oscar? E de melhor filme?
Os três favoritos têm prós e contras. E os contras de todos são tão fortes que terminou surgindo um boato nos últimos dias: os votos vão se dividir e O Quarto de Jack pode se beneficiar com isso já que tem ousadia e dramaturgia “na medida certa” (ideia geral, não que reflita a opinião do autor deste texto), uma atriz garantida na premiação e, caso se precise, um prêmio extra para o roteiro, derrubando o filme de McKay, já que é baseado num livro bem querido. Não é de todo estranho. Carruagens de Fogo e Conduzindo Miss Daisy já haviam surpreendido anos atrás, mas pode ser especulação demais. O Regresso tem tudo para ganhar o Oscar. Tem um tom épico, uma campanha competente, bastidores que convencem, um número de indicações recorde, o maior astro do mundo e o aval da temporada. Deve ganhar. Só não merece. Minha aposta final vai pra ele, com Spotlight na sequência e A Grande Aposta em terceiro. E, olha, vai ser emocionante.
direção
Adam McKay, A Grande Aposta
Alejandro Gonzalez Iñarritu, O Regresso ½
George Miller, Mad Max: Estrada da Fúria
Lenny Abrahamson, O Quarto de Jack
Tom McCarthy, Spotlight
esnobados
Ridley Scott, Perdido em Marte
Todd Haynes, Carol
Se começou a temporada como um coadjuvante na disputa de melhor diretor – principalmente porque já ganhou no ano passado com Birdman -, Alejandro G. Iñarritú chegou à reta final da disputa na condição de favorito. Deu sorte. Num ano em que seus rivais eram um diretor de filme de ação (George Miller, de Mad Max: Estrada da Fúria; um diretor de comédias que fez um filme mais ambicioso (Adam McKay, de A Grande Aposta) e um diretor indie cujo trabalho é tão discreto que mal aparece (Tom McCarthy, de Spotlight), seu “épico da sobrevivência”, como ele vende, realizado num trabalho hercúleo, como a campanha de marketing vende, chama muito a atenção. O mexicano ganhou o Globo de Ouro, o Bafta e foi o primeiro cineasta a fazer dobradinha dois anos seguidos no prêmio do Sindicato dos Diretores, o poderoso DGA. Suficiente para que a Academia, que já deu prêmios consecutivos para John Ford e Joseph L. Mankiewicz nos anos 1940 e 1950, decidir que “no problem” dar esse segundo Oscar para Iñarritu. Ainda mais num ano em que a falta de diversidade dos indicados virou um escândalo de grandes proporções. Na falta de uma desculpa melhor, a Academia pode ficar com um “não temos negros, mas adoramos os chicanos”. E não vai deixar de ser verdade. Se Iñarritu ganhar, vai ser o terceiro Oscar seguido para um cineasta mexicano. George Miller é visto com uma alternativa, mas não vejo a Academia premiando o diretor de Mad Max (gostaria de estar errado). Também não vejo um prêmio para McKay ou McCarthy. Abrahmson, nem pensar. Vamos, infelizmente, com Iñarritu, com Miller como ameaça distante.
ator
Bryan Cranston, Trumbo
Eddie Redmayne, A Garota Dinamarquesa ½
Leonardo DiCaprio, O Regresso
Matt Damon, Perdido em Marte
Michael Fassbender, Steve Jobs ½
esnobado
Johnny Depp, Aliança do Crime
Se a categoria de atriz está forte, com ótimas interpretações, a de ator só tem coisa mais ou menos. Leonardo DiCaprio devem ganhar, diz a temporada de prêmios de cinema deste ano. Além de vencer o Globo de Ouro, o prêmio do Sindicato dos Atores, o Critics’ Choice e o Bafta, o ator se apoia na campanha mais violenta que Hollywood viu nos últimos anos para alguém levar a estatueta, destacando como foi fazer “o filme mais difícil” da sua vida. Passar perrengue nunca foi sinônimo de boa performance e DiCaprio, que é sim um ótimo ator, já mereceu muito mais por filme em que foi indicado (O Lobo de Wall Street, Gilbert Grape) ou em que nem chegou a finalista (Romeu + Julieta, Prenda-me se For Capaz). Faz anos que querem dar esse prêmio para ele e esse sentimento de “justiça” parece onipresente. Num ano em que nenhum de seus oponentes se destaca, vai reinar absoluto. Não que seja merecido. Aposto em Leonardo DiCaprio, sem alternativas.
atriz
Brie Larson, O Quarto de Jack
Cate Blanchett, Carol
Charlotte Rampling, 45 Anos
Jennifer Lawrence, Joy ½
Saoirse Ronan, Brooklyn ½
esnobada
Charlize Theron, Mad Max: Estrada da Fúria
Brie Larson foi abraçada pela temporada como há muito tempo não se via. Ganhou tudo o que importa: Globo de Ouro, Critics Choice, Bafta e SAG. E ainda levou o Spirit, o Oscar dos indies. É meio impossível dar outro resultado. Cate Blanchett seria uma ótima rival, mas ganhou seu segundo Oscar há dois anos e Carol chegou fraco à lista de indicações. Charlotte Rampling sempre foi um azarão, mas perdeu toda e qualquer chance quando abriu a boca contra o boicote anunciado por Spike Lee e Jada Pinkett. Saoirse Ronan poderia ser uma surpresa, mas Brooklyn é discreto demais perto do exibicionismo de O Quarto de Jack. E J-Law, não, thanks. Aposto em Brie Larson, sem alternativas.
ator coadjuvante
Christian Bale, A Grande Aposta ½
Mark Ruffalo, Spotlight
Mark Rylance, Ponte de Espiões
Sylvester Stallone, Creed
Tom Hardy, O Regresso
esnobados
Benicio Del Toro, Sicario
Idris Elba, Beasts of No Nation
Michael Keaton, Spotlight
Esta é uma categoria importante e pode se tornar algo decisiva na disputa principal. O favorito de todos é Sylvester Stallone, que tem belos momentos em Creed. Se ganhar, vai ser um daqueles momentos par entrar pra história e o Oscar adora fazer história. Neste ano, Sly não concorreu ao prêmio do Sindicado dos Atores, o SAG, nem ao Bafta, mas levou o Globo de Ouro e o Critics’ Choice. Mesmo assim, com sua popularidade, continua na liderança. Mas é bom lembrar que a Academia tem um problema com gente popular demais. Eddie Murphy, por exemplo, tinha um SAG, prêmio do Sindicato dos Atores, e um Globo de Ouro. Perdeu o Oscar. Se Stallone não vencer, Mark Rylance, de Ponte de Espiões, que venceu o Bafta, leva vantagem, apesar de ser desconhecido. Mas tem uma possibilidade curiosa: Mark Ruffalo vem sendo apontado como uma ameaça maior para Sly com seu papel em Spotlight. Ainda não vejo este prêmio, mas se ele acontecer realmente indica que a Academia gostou muito do filme e, combinado com o favoritismo no roteiro original, pode dar a base necessária para a vitória do longa de Tom McCarthy na categoria principal. Aposto em Sylvester Stallone, com Mark Rylance em segundo.
atriz coadjuvante
Alicia Vikander, A Garota Dinamarquesa
Jennifer Jason Leigh, Os Oito Odiados
Kate Winslet, Steve Jobs
Rachel McAdams, Spotlight
Rooney Mara, Carol
esnobadas
Alicia Vikander, Ex Machina
Helen Mirren, Trumbo
Jane Fonda, Juventude
Alicia Vikander, de A Garota Dinamarquesa, e Kate Winslet, de Steve Jobs, polarizam a disputa entre as coadjuvantes femininas. A primeira ganhou o SAG e o Critics’ Choice. A segunda levou o Bafta e o Globo de Ouro. Vikander fez cinco filmes neste ano. Foi “a revelação” e nesta categoria o Oscar adora inovar (Goldie Hawn, Marisa Tomei, Anna Paquin foram surpresas em seus respectivos anos). Já Winslet, que já tem um Oscar, é uma atriz respeitada e não seria estranho vê-la novamente homenageada, mas Steve Jobs não foi muito “comprado” pela temporada e suas chances ficaram menos claras. Jennifer Jason Leigh e Rooney Mara tiveram seus momentos durante os últimos meses, mas chegaram à reta final desacreditadas. Se bem que esta é a categoria em que a Academia adora fazer uma surpresinha. Aposto em Alicia Vikander – no ano em que se clama por diversidade, premiar uma estrangeira pegaria bem. Kate Winslet vem na cola, mas à distância.
roteiro original
Divertida Mente , Josh Cooley, Pete Docter & Meg LeFauve
Ex Machina ½, Alex Garland
Ponte de Espiões , Matt Charman, Ethan Coen & Joel Coen
Spotlight , Thomas McCarthy & Josh Singer
Straight Outta Compton , Andrea Berloff, Jonathan Herman, S. Leigh Savidge, Alan Wenkus
esnobados
Os Oito Odiados, Quentin Tarantino
Sicario, Taylor Sheridan
Bem surpreendente a exclusão de Os Oito Odiados nesta categoria porque quem imaginaria que Ex Machina ou Straight Outta Compton teriam mais votos do que um texto de Tarantino? Os dois insiders não têm muita chance de vitória, mas devem – e muito – comemorar suas indicações. Ponte de Espiões é outro que parece estar aí para preencher a lista de cinco, embora tenha a assinatura dos irmãos Coen e seja um bom exemplo de finalista de roteiro de tempos atrás. O vencedor deve ser Spotlight porque tem o tema mais importante, é baseado numa história real e porque daria a base necessária para ganhar o Oscar de melhor filme. E, se existir uma ameaça, ela vem de Divertida Mente, elogiadíssimo, farta bilheteria. Mas animação vencer aqui custa mais caro.
roteiro adaptado
Brooklyn ½, Nick Hornby
Carol , Phyllis Nagy
A Grande Aposta , Adam McKay & Charles Randolph
Perdido em Marte , Drew Goddard
O Quarto de Jack ½, Emma Donoghue
esnobados
O Regresso, Alejandro G. Innaritu, Mark L. Smith
Steve Jobs, Aaron Sorkin
Mesmo com o flop nas bilheterias, o que fez com que as apostas no filme caíssem, Steve Jobs era dado como certo aqui, mas o roteiro de Aaron Sorkin teve menos votos do que o de Drew Goddard para Perdido em Marte, que andava menos cotado, mas deve ter sido ajudado pelo conjunto, mas não é ameaça para a vitória. Com as campanhas um tanto discretas de Carol e Brooklyn, o prêmio deve ficar entre A Grande Aposta, que estreou por último e foi bastante elogiado, e O Quarto de Jack, que vem sendo muito comentado até para uma eventual vitória na categoria principal. Ambos estão indicados nas categorias de filme e direção, mas representam prêmios opostos. O primeiro celebraria um estilo intrincado, cheio de explicações econômicas, verborrágico, mas que pode ser comprado pela Academia como um negócio importante. O segundo é mais um drama psicológico, que também tem truques de estrutura, mas que segue um caminho mais melancólico – e é um livro mais famoso e bastante querido. Os investidores do Filmes do Chico vão de A Grande Aposta, mas se O Quarto de Jack ganhar aqui, essa ideia de que ele seria um azarão para melhor filme pode se reforçar.
fotografia
Carol , Edward Lachman
Mad Max: Estrada da Fúria ½, John Seale
Os Oito Odiados ½, Robert Richardson
O Regresso , Emmanuel Lubezki
Sicario , Roger Deakins
esnobados
Perdido em Marte, Dariusz Wolski
Ponte de Espiões, Janusz Kaminski
O veterano Roger Deakins conseguiu sua décima terceira indicação. Será que desta vez ele finalmente vai ganhar um prêmio? Pelo terceiro consecutivo, seu maior adversário é Emmanuel Lubezki, que conseguiu duas vitórias consecutivas antes. Aí surgem as dúvidas: 1) a Academia daria três Oscars consecutivos para o mesmo homem? Será que eles prestam atenção em quem está ganhando nesta categoria? 2) Sicario teria força para vencer este prêmio? 3) Edward Lachman, de Carol, um dos trabalhos mais impressionantes do ano, não seria uma ótima opção para não premiar Lubezki de novo, nem dar um prêmio de consolação para o Deakins? 4) Mad Max ameaça? A única certeza é que Bobby Richardson é café-com-leite. Vou de O Regresso, cuja fotografia é o coração do filme, com Mad Max em segundo.
montagem
A Grande Aposta ½, Hank Corwin
Mad Max: Estrada da Fúria , Margaret Sixel
O Regresso ½, Stephen Mirrione
Spotlight , Tom McArdle
Star Wars: O Despertar da Força , Maryann Brandon e Mary Jo Markey
esnobados
Perdido em Marte, Pietro Scalia
Ponte de Espiões, Michael Kahn
Sicario, Joe Walker
Até um tempo atrás, esta categoria era uma espécie de primeira parada antes de chegar ao prêmio principal, mas tem cada vez mais seguido uma história independente. A princípio, A Grande Aposta é uma BOA aposta já que a montagem é a essência do filme e o longa levou o prêmio de melhor “montagem de comédia” (ridículo, hein?) do Sindicato dos Editores. Spotlight, mesmo que sem chamar muito a atenção nesse quesito, pode indicar uma volta à condição de “categoria de suporte” e receber o prêmio para reforçar uma eventual vitória em melhor filme. O problema é que o longa de Tom McCarthy sequer concorreu no sindicato. A mesma lógica que explicaria um prêmio para Spotlight valeria se O Regresso ganhasse. Não é impossível, mas não parece o mais provável. Mad Max, a princípio, seria o filme para bater A Grande Aposta, já que poderia facilmente papar todas as categorias técnicas. É bom lembrar que esta categoria já premiou Matrix e Gravidade. Na real, somente Star Wars parece não ter chances de ganhar. Fico com A Grande Aposta, seguido por Mad Max.
direção de arte
A Garota Dinamarquesa , Eve Stewart & Michael Standish
Mad Max: Estrada da Fúria ½, Colin Gibson & Lisa Thompson
Perdido em Marte , Arthur Max; Celia Bobak, Zoltan Horvath
Ponte de Espiões ½, Adam Stockhausen, Rena DeAngelo & Bernhard Henrich
O Regresso , Jack Fisk & Hamish Purdy
esnobados
Carol, Judy Becker
Cinderela, Dante Ferretti; Casey Banwel, Francesca Lo Schiavo
Star Wars: O Despertar da Força, Rick Carter, Darren Gilford; Lee Sandales
Sem Carol na disputa, um pecado mortal já que a direção de arte, junto com a fotografia, está no coração no filme e o trabalho é impecável, é bem capaz de Mad Max ganhar o prêmio aqui. Seria lógico que um filme tão celebrado ganhe numa categoria em que ele mostra algumas de suas principais características. O filme de George Miller ganhou o prêmio no Sindicato dos Diretores de Arte como melhor filme de fantasia. O Regresso foi eleito como filme de época e Perdido em Marte como filme contemporâneo. Pela tradição da categoria, as duas primeiras categorias contam mais porque “mostram mais” direção de arte. Como Mad Max tem muito mais cenários e parte do zero, vou com ele. O Regresso é o segundo, mas não sei se A Garota Dinamarquesa não tem mais chances.
figurinos
Carol , Sandy Powell
Cinderela ½, Sandy Powell
A Garota Dinamarquesa , Paco Delgado
Mad Max: Estrada da Fúria , Jenny Beavan
O Regresso , Jacqueline West
esnobados
Brooklyn, Odile Dicks-Mireaux
A Colina Escarlate, Kate Hawley
Trumbo, Daniel Orlandi
A grande Sandy Powell repete o feito de 1998 e teve dupla indicação. Naquele ano, ganhou o primeiro de seus três Oscars. Aqui, deveria ser a favorita de novo, mas no prêmio do Sindicato dos Figurinistas foi para Mad Max (em filme de fantasia) e A Garota Dinamarquesa (em filme de época), embananando a disputa. O primeiro é concorrente direto da extravagância de Powell em Cinderela e o outro do trabalho refinado a moça em Carol. Nesta categoria, a primeira costuma contar um pouco mais, vide os prêmios para Priscilla, a Rainha do Deserto, Anna Karenina e O Grande Gatsby. Jacqueline West poderia ser um azarão, mas não parece muito provável, a não ser que queiram crescer o número de prêmios para O Regresso. Minha aposta é Mad Max: Estrada da Fúria, com Cinderela em segundo, mas pode dar A Garota Dinamarquesa ou Carol.
maquiagem
O Homem de 100 Anos que Pulou a Janela e Desapareceu , Eva Kozma, Erzsebet Racz
Mad Max: Estrada da Furia , Lesley Vanderwalt, Damian Martin, Elka Wardega
O Regresso , Graham Johnston, Adrien Morot, Robert Pandini
esnobados
Aliança do Crime, Joel Harlow, Gloria Casny
Sr. Holmes, Dave Elsey
Uma das grandes notícias da lista de indicados deste ano é a esnobada geral em Aliança do Crime, longa sem qualidades que foi vendido como um novo grande filme de máfia. Melhor ainda é saber que um longa sueco o eliminou da categoria em que ele mais tinha chances de ser indicado. O Homem de 100 Anos que Pulou a Janela e Desapareceu soma mais um ponto às indicações “estrangeiras” desta categoria, que já prestigiou o francês Piaf, que saiu premiado, e o italiano Il Divo. Não tem muitas chances. O prêmio de deve ser de Mad Max, mas O Regresso é uma boa alternativa.
trilha sonora
Carol (ouça) , Carter Burwell
Os Oito Odiados (ouça) ½, Ennio Morricone
Ponte de Espiões (ouça) , Thomas Newman
Sicario (ouça) , Jóhann Jóhannsson
Star Wars: O Despertar da Força (ouça) ½, John Williams
esnobados
Divertida Mente (ouça), Michael Giacchino
A Garota Dinamarquesa (ouça), Alexandre Desplat
Não consigo pensar em outro resultado que não seja a vitória de Ennio Morricone, uma lenda de 87 anos que criou algumas da trilhas mais famosas do mundo, já foi indicado 5 vezes antes e nunca ganhou. Ainda mais: seria a chance de dar pelo menos um prêmio para Os Oito Odiados, que não parece ter muitas chances fora daqui (talvez em atriz coadjuvante). Apesar da linda trilha de Carter Burwell, Carol não parece ter chances, mas a ameaça ao italiano pode vir da 50ª indicação de outro mestre, John Wiliams. Star Wars fez quase dois bilhões de dólares em bilheteria, é bom lembrar. As trilhas de Sicario e Ponte de Espiões estão mais para coadjuvantes nessa disputa.
canção
“Earned It” (ouça)
música e letras de Abel Tesfaye, Ahmad Balshe, Jason Daheala Quenneville & Stephan Moccio, Cinquenta Tons de Cinza
“Manta Ray” (ouça)
música de J. Ralph; letras de Antony Hegarty, Racing Extinction
“Simple Song #3” (ouça)
música e letras de David Long, Juventude
“Til It Happens To You” (ouça) ½
música e letras de Diane Warren e Lady Gaga, The Hunting Ground
“Writing’s On the Wall” (ouça)
música e letra de Jimmy Napes e Sam Smith, 007 contra Spectre
esnobada
“Love Me Like You Do” (ouça), Cinquenta Tons de Cinza
“See You Again” (ouça), Velozes e Furiosos 7
Como o Tiago Faria reclamou no podcast que eu, ele e o Michel Simões gravamos semanalmente (ouça aqui), todo mundo ficou meio passado com a exclusão do hit “See You Again”, de Velozes e Furiosos 7, que, além do apelo popular, tinha o apelo de ser uma homenagem ao Paul Walker. Mas esta categoria é cheia de surpresas. Em 2008, conseguiram esnobar Bruce Springsteen e Clint Eastwood de uma só vez. Sem a música de Whiz Kalifa, o prêmio deve ficar entre as canções de Sam Smith e Lady Gaga. As apostas estão todas para Gaga e Spectre não teve a força dos últimos 007. Por conta disso, vou com a maioria. Por sinal, as músicas feitas para documentários ganharam força. Foram duas indicada neste ano: a de Gaga e a de J Ralph. Com a indicação da popstar, o Oscar vai marcar o reencontro dela com Leo DiCaprio. Se eles fossem espertos, faturam em cima disso colocando os dois pra apresentar um prêmio juntos.
mixagem de som
Mad Max: Estrada da Fúria ½, Ben Osmo, Chris Jenkins, Gregg Rudloff
Perdido em Marte , Mac Ruth, Paul Massey, Mark Taylor
Ponte de Espiões , Drew Kunin, Andy Nelson, Gary Rydstrom
O Regresso , Chris Duesterdiek, Frank A. Montaño, Jon Taylor, Randy Thom
Star Wars: O Despertar da Força ½, Stuart Wilson, Andy Nelson, Chris Scarabosio
esnobados
Sicario, John Reitz, Tom Ozanich, William Sarokin
Straight Outta Compton, Willie Burton, Jon Taylor, Frank A. Montano
As duas categorias de som têm listas bem parecidas, quatro indicados em comum, com Ponte de Espiões fazendo a diferentona aqui. Diferentona em termos já que a Academia sempre indica filmes “sérios”, que também concorrem ao prêmio principal aqui, como Forrest Gump ou O Paciente Inglês. Até Shakespeare Apaixonado esteve entre os finalistas no ano dele. Straight Outta Compton, um filme essencialmente “de som”, ficou de fora. A briga parecia se concentrar entre Mad Max e Star Wars, mas como eles abraçaram o filme de Iñarritu com força, O Regresso entrou forte na disputa. Ainda aposto no filme de George Miller, com Iñarritu seguindo a cavalo logo atrás (tomara que em direção a um precipício).
edição de som
Mad Max: Estrada da Fúria ½, Scott Hecker, Mark Mangini, David White
Perdido em Marte , Oliver Tarney
O Regresso , Martin Hernandez, Randy Thom, Lon Bender
Sicario ½, Alan Robert Murray
Star Wars: O Despertar da Força , David Accord, Matthew Wood
esnobado
Os Oito Odiados, Wylie Stateman
Aqui, é Sicario que assume a quinta vaga, derrubando o filme de Quentin Tarantino, indicado pelo sindicato. Parece uma indicação justa, mas sem chances de ir além. Mais uma vez, a disputa parece concentrada entre os filmes de George Miller e JJ Abrams, com O Regresso, mais uma vez ameaçando, principalmente se a Academia resolver transformá-lo no filme do ano. Coração Valente ganhou o Oscar nesta categoria 20 anos atrás. E também foi o melhor filme daquele ano. Minha aposta também fica com Mad Max, com O Regresso em segundo lugar.
efeitos visuais
Ex Machina , Andrew Whitehurst, Paul Norris, Mark Ardington & Sara Bennett
Mad Max: Estrada da Fúria , Andrew Jackson, Tom Wood, Dan Oliver, Andy Williams
Perdido em Marte , Richard Stammers, Chris Lawrence, Anders Langlands, Steven Warner
O Regresso , Rich McBridge, Matt Shumway, Jason Smith, Cameron Waldbauer
Star Wars: O Despertar da Força , Roger Guyett, Patrick Tubach, Neal Scanlan, Chris Corbould
esnobados
Homem-Formiga, Jake Morrison, Greg Steele, Russsell Earl, Dan Sudick
Jurassic World, Tim Alexander, Glen McIntosh, Tony Plett, Michael Meinardus
A Travessia, Kevin Baillie, Jim Gibbs, Viktor Muller, Sebastien Moreau
Somente três dos finalistas nesta categoria concorrem ao prêmio principal da Visual Effects Society, o sindicato da categoria: Mad Max, Perdido em Marte e Star Wars, o que deixaria os três na disputa pelo prêmio. Para o filme de George Miller, seria uma vitória lógica já que ele é o filme de ficção mais elogiado do ano, concorrendo nas duas categorias centrais, mas é bem possível que a comoção pela volta da franquia Skywalker leve este prêmio aqui, já que Star Wars e efeitos visuais são quase sinônimos. E este é o filme de maior bilheteria da história dos EUA. As menções a Ex Machina e O Regresso foram bem interessantes, já que eliminaram filmes mais “tradicionais” para esta categoria, mas as chances do longa de Iñarritu, com duas cenas de efeitos especiais são aparentemente menores. Se O Regresso ganhar aqui, fica meio evidente que ele vai ganhar tudo, inclusive melhor filme. Mas minha aposta fica com Mad Max, seguido por Star Wars.
filme de animação
Anomalisa ½ (Paramount), Charlie Kaufman, Duke Johnson & Rosa Tran
Divertida Mente (Disney/Pixar), Pete Docter & Jonas Rivera
As Memórias de Marnie (GKids), Hiromasa Yonebayashi & Yoshiaki Nishimura
O Menino e o Mundo ½ (GKids), Alê Abreu
Shaun, o Carneiro ½ (Lionsgate), Mark Burton & Richard Starzak
esnobado
O Bom Dinossauro (Disney/Pixar), Peter Sohn
Terceiro ano em que a GKids, que distribui filmes de animação estrangeiros em Hollywood emplaca dois indicados nesta categoria. Os filmes, entre eles o belíssimo brasileiro O Menino e o Mundo não ameaçam ganhar, mas é bem legal perceber os movimentos desta categoria. Divertida Mente é o favorito absoluto. Fala-se de sua vitória desde que ele foi lançado. Chegou incólume à noite do Oscar (e mais forte com a indicação de roteiro) e é um prêmio mais do que merecido. O filme de Pete Docter merecia muito mais uma vaga na categoria principal do que vários dos indicados. Em determinado momento da temporada, falou-se muito de Anomalisa, mas o longa de Charlie Kaufman se viu refém de sua natureza “alternativa”. Divertida Mente na cabeça, sem “alternativas”.
filme estrangeiro
O Abraço da Serpente (Colômbia), Ciro Guerra
Cinco Graças (França), Deniz Gamze Ergüven
O Filho de Saul ½ (Hungria), László Nemes
Guerra ½(Dinamarca), Tobias Lindholm
Theeb (Jordânia), Naji Abu Nowar
esnobados
Labirinto de Mentiras (Alemanha), Giulio Ricciarelli
O Novíssimo Testamento (Bélgica), Jaco Von Dormael
Para uma pré-lista em que 7 dos 9 semifinalistas eram europeus, a lista de indicados surpreendeu um pouco. No entanto, confirmada sua candidatura, o húngaro O Filho de Saul parece reinar absoluto na categoria de filme em língua estrangeira. A princípio, somente Cinco Graças parece uma ameaça, mas bem distante. Já aconteceu muitas vezes de, na reta final, o favorito perder para o “filme pequeno e tocante”. Remember O Segredo dos Seus Olhos. Se premiar Cinco Graças, o Oscar vai validar uma fraude. O filme concorre pela França, mas foi dirigido por uma turca na Turquia, com elenco turco, falando turco e contando uma história de tradições e cultura turca. A esnobada no pasteurizado alemão Labirinto de Mentiras e no elogiado belga O Novíssimo Testamento abriu espaço para as primeira indicações da Jordânia e da Colômbia. Por sinal, nos últimos 7 anos, 6 filmes latinoamericanos concorreram ao Oscar. Minha aposta: O Filho de Saul, seguido por Cinco Graças.
documentário
Amy (A24), Asif Kapadia & James Gay-Rees
Cartel Land (The Orchard), Matthew Heineman & Tom Yellin
O Peso do Silêncio ½ (Drafthouse), Joshua Oppenheimer & Signe Byrge Sørensen
What Happened, Miss Simone? (Netflix), Liz Garbus, Amy Hobby & Justin Wilkes
Winter on Fire: Ukraine’s Fight for Freedom (Netflix), Evgeny Afineevsky & Den Tolmor
esnobados
Going Clear: Scientology and the Prison of Belief (Home Box Office), Alex Gibney
A Verdade Sobre Marlon Brando (Showtime), Stevan Riley
Where to Invade Next (Unnamed Quinn/Janego/League Label)
Amy Winehouse ganhou a companhia de Nina Simone na categoria de documentário. Se a gente pensar bem, as duas têm muito a ver, mas o filme de Nina, feito pelo Netflix, que só foi lembrado aqui, não faz sombra ao favoritismo de Amy, que é o frontrunner nesta categoria desde as primeiras apostas. Talvez porque a morte da cantora inglesa ainda esteja muito presente na memória das pessoas. Talvez por ter um formato de doc televisivo com imagens de paparazzi bem comum aos dias de hoje. Cartel Land e O Peso do Silêncio, segunda parte da odisseia de Joshua Oppenheimer pelo massacre da Indonésia, foram bastante comentados e como aqui os azarões surpreendem muitas vezes… quem sabe? Da lista de elegíveis, o maior pecado foi não terem selecionado o belo A Verdade Sobre Marlon Brando. Minha aposta é Amy, com Cartel Land em seguida.
“Que a Academia tenha bom senso e premie o mínimo possível Mad Max e o máximo possível O Regress0 !!!”