Primeiro, um convite: neste domingo, estarei mais uma vez ao lado da Tatiana Vasconcellos comentando o Oscar ao vivo na CBN. A transmissão inicia a partir das 21h, horário em que a cerimônia começa, no app, no site e no canal da rádio no YouTube. Na rádio em si, um pouco depois. Junto com a gente, a crítica de cinema Cecilia Barroso, do Cenas de Cinema. Apareçam lá!

Algumas siglas importantes:

ACE – Sindicato dos montadores
ADG – Sindicato dos diretores de arte
Annie – Oscar da animação
ASC – Sindicato dos diretores de fotografia
Bafta – Oscar inglês
CAS – Cinema Audio Society
CDG – sindicato dos figurinistas
DGA – Sindicato dos diretores
EFA – European Film Awards
GMS – Sindicato dos supervisores de música
HMMA – Hollywood Music In Media Awards
MPSE – Sindicato dos editores de som
PGA – Sindicato dos produtores
SCL – Sindicato dos compositores e letristas
SDG – Sindicato dos decoradores de interiores
USC – Prêmio da Universidade do Sul da Califórnia para roteiros adaptados
VES – Sindicato dos técnicos de efeitos visuais
WGA – Sindicato dos roteiristas

Pra quem sempre reclama de uma premiação óbvia, várias categorias deste Oscar diferente parecem ainda guardar dúvidas sobre seus vencedores. Se “Nomadland” parece a escolha mais óbvia em melhor filme, é bom lembrar “O Segredo de Brokeback Mountain” e “O Resgate do Soldado Ryan” também pareciam ser, ainda na época dos 5 finalistas na categoria principal, e “La La Land” e “Roma” igualmente eram favoritos já na fase da lista de indicados ampliada e da da votação proporcional. O que isso indica? a) que Hollywood pode ser muito conservadora ou influenciada por investimentos financeiros nos primeiros dois casos; e que o sistema de votação exclusivo para melhor filme, onde os votantes rankeiam todos os indicados, privilegia os filmes que podem não ser os preferidos da maioria, mas ofendem menos pessoas. “Minari” ou “Meu Pai” até poderiam assumir essa vaga, mas não parecem fortes o suficiente para isso, nem nunca assumiram uma posição de protagonismo na temporada. “Os 7 de Chicago” ganhou o prêmio de elenco do sindicato dos atores e o do sindicato dos montadores. Seria um possível “Crash – No Limite” ou um “Green Book” deste ano? Até pode ser, mas sua trajetória não foi das mais sólidas e nunca é demais lembrar que este é um filme na Netflix, que já está desesperada para ganhar o Oscar há alguns anos, mas a indústria ainda não parece ter aceito esta ideia.

FILME

Dito isso, os caminhos para a vitória de “Nomadland” e sua narrativa pouco usual para os padrões do cinema americano que o Oscar geralmente reconhece parecem abertos. O filme é o mais premiado do ano e já tem na sua sacola o Globo de Ouro, o Critics Choice, o BAFTA e os prêmios dos sindicatos dos diretores e dos produtores. Este último, especialmente, indica que o filme rompeu a barreira do cinema independente. Bom, a Searchlight é da Disney, não é mesmo? Esse encontro parece frutífero e permite que o filme ataque em duas frentes. De um lado, não falta estirpe e dinheiro pra campanha que mira nos votantes mais influenciáveis; do outro, tem uma base autoral que convence os mais engajados. Fora isso, “Nomadland” se apropria, no bom sentido, de narrativas construídas neste ano e nesta temporada. É dirigido por uma mulher, a diretora mais premiada de 2020/2021, num ano em que vários filmes dirigidos por mulheres chamaram a atenção, ganharam, prêmios e respeito. Pela primeira vez na história, duas diretoras concorrem ao Oscar de direção, somente a sexta e a sétima em todas as edições do Oscar. Em melhor filme, “Nomadland” e “Bela Vingança” são os 15º e o 16º filmes assinados por mulheres a disputar a categoria. Num total de 571 longas indicados ao Oscar principal até hoje. Parece que a hora chegou, não é mesmo?

Meu Pai (Sony)
Judas e o Messias Negro (Warner)
Mank (Netflix) ASC
Minari (A24) Globo de Ouro (estrangeiro) + Critics Choice (estrangeiro)
Nomadland (Searchlight) PGA + DGA + Bafta + Globo de Ouro + Critics Choice + Spirit
Bela Vingança (Focus) WGA
O Som do Silêncio (Amazon)
Os 7 de Chicago (Netflix) SAG + ACE

num mundo provável: Nomadland (Searchlight)
num mundo possível: Os 7 de Chicago (Netflix)
num mundo perfeito: Nomadland (Searchlight)
num mundo perdido: Os 7 de Chicago (Netflix)
num mundo paralelo: First Cow (A24)

DIREÇÃO

Chloé Zhao ganhou tudo. O Oscar vai ser apenas a coroa final. Por mais que, em melhor filme, possamos ter surpresas desagradáveis, nesta categoria praticamente não há chances de um outro resultado.

Thomas Vintenberg (Druk)
David Fincher (Mank)
Lee Isaac Chung (Minari)
Chloé Zhao (Nomadland) DGA + Bafta + Globo de Ouro + Critics Choice + Spirit
Emerald Fennell (Bela Vingança)

num mundo provável: Chloé Zhao (Nomadland)
num mundo possível: ninguém
num mundo perfeito: Chloé Zhao (Nomadland)
num mundo perdido: Thomas Vintenberg (Druk)
num mundo paralelo: Kelly Reichardt (First Cow)

ATOR

Eu sempre separo uma ou duas categorias para perder o bolão e este ano um bichinho está me mandando apostar no Anthony Hopkins. Ele ganhou o Bafta, o que pode parecer uma solução caseira, mas o que parece ainda mais significativo é Riz Ahmed ter vencido Chadwick Boseman no Spirit. Hopkins não concorria lá e a categoria do Oscar dos independentes raramente dita as regras pra Academia, mas me pareceu curioso que, num ano em que três atores disputam os dois prêmios (Boseman, Ahmed e Steven Yeun), o Pantera Negra tenha perdido dentro de casa, nos EUA. Pode ter sido um pensamento mais lógico: Ahmed e o filme representariam melhor o cinema independente (o que não impediu Renée Zellweger de ganhar por “Judy” no ano passado), mas, por outro lado, o excesso de homenagens a Boseman não teria sido suficiente aos olhos de Hollywood? Será que a lógica pro Oscar pode ter sido: “bom, o Chadwick Boseman já vai ganhar mesmo; eu vou votar em quem mais gostei, no Anthony Hopkins”. Glenn Close perdeu um Oscar já cantado numa situação assim para Olivia Colman. Hopkins é uma lenda vida, um dos grandes atores do cinema, ganhou seu único Oscar há quase 20 anos. Posso estar errado, mas vou com ele.

Riz Ahmed (O Som do Silêncio) Spirit
Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues) SAG + Globo de Ouro + Critics Choice
Anthony Hopkins (Meu Pai) Bafta
Gary Oldman (Mank)
Steven Yeun (Minari)

num mundo provável: Anthony Hopkins (Meu Pai)
num mundo possível: Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues)
num mundo perfeito: Riz Ahmed (O Som do Silêncio)
num mundo perdido: ninguém
num mundo paralelo: Luca Marinelli (Martin Eden)

ATRIZ

Bem-vindo à terra de ninguém. Durante a maior parte da temporada, Carey Mulligan parecia imbatível. Está num filme popular, de temática feminina e feminista, dirigido por uma mulher, que discute muitos assuntos que dominaram as conversas ao longo dos últimos anos: assédio, abuso, reação. Parece muito lógico que ela se fortaleça com tudo isso, fora o fato de que, ainda jovem mesmo que já experiente, ela reúne muitas características que já fizeram outras vencedoras nesta categoria. Mas as coisas realmente se abalaram a partir do Globo de Ouro, vencido por Andra Day; pioraram no Bafta da terra da atriz, onde ela sequer foi indicada (provavelmente pelas novas regras da premiação); e pareciam completamente perdidas com a vitória de Viola Davis no SAG. Viola começou a ser apontada como favorita, mas Frances McDormand vai lá e ganha o Bafta pra terminar de confundir as coisas. Resultado: premiar Frances faz sentido para vender o pacote “Nomadland”, ela é uma ótima atriz, mas este seria seu terceiro Oscar (e o último foi a apenas três anos). Será? Premiar Viola também faz sentido. Ela é uma das grandes atrizes das últimas décadas, respeitadíssima, a atriz negra mais vezes indicada ao Oscar, já tem um, mas é de coadjuvante, e seria apenas a segunda mulher negra a vencer na categoria principal. Uma vitória de Andra Day reforçaria o Globo de Ouro como precursor para a categoria (9 das últimas 10 vencedoras do Oscar levaram antes o Globo de Ouro), mas iria de encontro a uma estatística importante: nenhuma vencedora do Oscar de atriz até hoje deixou de ser indicada ao SAG. E Andra Day não foi. Vanessa Kirby está ótima em “Pieces of a Woman”, mas não parece ameaçar. Neste contexto, será que premiar uma atriz num filme em que as mulheres estão em primeiro plano o tempo todo pode fazer mais sentido mesmo que pra ela só tenha sobrado em um mero Critics Choice. Páreo duro.

Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) SAG
Andra Day (Os Estados Unidos contra Billie Holiday) Globo de Ouro
Vanessa Kirby (Pieces of a Woman)
Frances McDormand (Nomadland) Bafta
Carey Mulligan (Bela Vingança) Critics Choice + Spirit

num mundo provável: Viola Davis (A Voz Suprema do Blues)
num mundo possível: Carey Mulligan (Bela Vingança)
num mundo perfeito: Viola Davis (A Voz Suprema do Blues)
num mundo perdido: ninguém
num mundo paralelo: Elisabeth Moss (O Homem Invisível)

ATOR COADJUVANTE

Daniel Kaluuya já ganhou.

Sacha Baron Cohen (Os 7 de Chicago)
Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro) SAG + Bafta + Globo de Ouro + Critics Choice
Leslie Odom Jr. (Uma Noite em Miami)
Paul Raci (O Som do Silêncio) Spirit
LaKeith Stanfield (Judas e o Messias Negro)

num mundo provável: Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro)
num mundo possível: ninguém
num mundo perfeito: Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro)
num mundo perdido: Sacha Baron Cohen (Os 7 de Chicago)
num mundo paralelo: Bill Murray (On The Rocks)

ATRIZ COADJUVANTE

Em tese, todas podem ganhar (esta categoria às vezes surpreende), mas as coisas foram afunilando para que Yuh-Jung Youn, vencedora no SAG e no Bafta, fosse a favorita. E ainda tem o fato de que esta parece ser a única chance de “Minari”, um filme muito amado nesta temporada, ser premiado. Um Oscar para a personagem mais carismática do filme pode ser muito simbólico. Se a Glenn Close ganhar, vai ser uma vergonha.

Maria Bakalova (Borat: Fita de Cinema Seguinte) Critics Choice
Glenn Close (Era uma Vez um Sonho)
Olivia Colman (Meu Pai)
Amanda Seyfried (Mank)
Yuh-Jung Youn (Minari) SAG + Bafta + Spirit

num mundo provável: Yuh-Jung Youn (Minari)
num mundo possível: Glenn Close (Era uma Vez um Sonho)
num mundo perfeito: Amanda Seyfried (Mank)
num mundo perdido: Glenn Close (Era uma Vez um Sonho)
num mundo paralelo: Leslie Manville (Deixe-o Partir)

ROTEIRO ADAPTADO

A batalha aqui é entre “Nomadland” e “Meu Pai”, ambos trabalhos complexos. Se o primeiro levar, reforçar o pacote do filme e celebra Chloé Zhao com dois (ou três) Oscars. Se for para o segundo, “Meu Pai”, que tem um modelo de roteiro que geralmente chama mais atenção nesta categoria, ganha pontos e pode até surpreender nas cabeças. Qualquer um dos dois faz bastante sentido e tem um contexto. Embora eu ache que muita gente vai votar ou se sentir tentado a em “Meu Pai”, talvez eleger o “filme do ano” aqui pese mais.

Peter Baynham, Sacha Baron Cohen e + (Borat: Fita de Semana Seguinte) WGA
Christopher Hampton, Florian Zeller (Meu Pai) Bafta
Chloé Zhao (Nomadland) Critics Choice + USC Scripter
Kemp Powers (Uma Noite em Miami)
Ramin Bahrani (O Tigre Branco)

num mundo provável: Chloé Zhao (Nomadland)
num mundo possível: Christopher Hampton, Florian Zeller (Meu Pai)
num mundo perfeito: Christopher Hampton, Florian Zeller (Meu Pai)
num mundo perdido: Ramin Bahrani (O Tigre Branco)
num mundo paralelo: Jon Raymond e Kelly Reichardt (First Cow)

ROTEIRO ORIGINAL

A palavra “original” pesa e aí “Bela Vingança” sai na frente. Esta categoria é um dos poucos espaço em que a Academia se permite ousar. Pode acontecer um revés do bem (“Minari”, “Judas e o Messias Negro”) ou do mal (“Os 7 de Chicago”), mas este parece ser o lugar onde o filme de Emerald Fennel mais tem chances.

Will Berson and Shaka King (Judas e o Messias Negro)
Lee Isaac Chung (Minari)
Emerald Fennell (Bela Vingança) WGA + Bafta + Critics Choice
Darius Marder e Abraham Marder (O Som do Silêncio)
Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago) Globo de Ouro

num mundo provável: Emerald Fennell (Bela Vingança)
num mundo possível: Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago)
num mundo perfeito: Darius Marder e Abraham Marder (O Som do Silêncio)
num mundo perdido: Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago)
num mundo paralelo: Judd Apatow, Pete Davidson e Dave Sirus (The King of Staten Island)

FILME INTERNACIONAL

“Druk” está indicado até a direção e foi o mais falado do ano, mas os saudosistas de um Oscar mais caretão podem votar em “Quo Vadis, Aida?”.

Druk (Dinamarca, Samuel Goldwyn Mayer) Bafta + EFA
Better Days (Hong Kong)
Collective (Romênia, Magnolia Selects)
The Man Who Sold His Skin (Tunísia, Samuel Goldwyn Mayer)
Quo Vadis, Aida? (Bósnia-Herzegovina, Neon) Spirit

num mundo provável: Druk (Dinamarca, Samuel Goldwyn Mayer)
num mundo possível: Quo Vadis, Aida? (Bósnia-Herzegovina, Neon)
num mundo perfeito: Collective (Romênia, Magnolia Selects)
num mundo perdido: nenhum
num mundo paralelo: Isso Não é um Enterro, é uma Ressurreição (Lesoto)

ANIMAÇÃO

“Soul” e “Wolfwalkers” foram muito celebrados, mas este ano, mas a vantagem é do filme da Pixar. No Annie, os dois ganharam em quesitos separados (respectivamente, filme e filme independente), mas o prêmio de direção foi pra “Wolfwalkers”. Não duvido que possa acontecer um revés aqui, mas será?

Dois Irmãos (Pixar)
A Caminho da Lua (Netflix)
Shaun, o Carneiro: O Filme – A Fazenda Contra-Ataca (Netflix)
Soul (Pixar) Annie (filme) + PGA + ACE + Bafta + Globo de Ouro
Wolfwalkers (Apple/GKIDS) Annie (filme indie)

num mundo provável: Soul (Pixar)
num mundo possível: Wolfwalkers (Apple/GKIDS)
num mundo perfeito: Soul (Pixar)
num mundo perdido: nenhum
num mundo paralelo: nenhum

DOCUMENTÁRIO

“Time” começou como favorito, mas caiu completamente com os principais prêmios e abriu caminho para “Professor Polvo” chegar à reta final com um Bafta e os prêmios do PGA e DGA e do sindicato dos montadores. Mas esta categoria guarda algumas surpresas. “Collective”, duplamente indicado, e “Crip Cramp”, que ganhou bastante coisa, podem mexer nas certezas.

Collective (Magnolia Selects) Cinema Eye
Crip Camp: A Disability Revolution (Netflix) IDA
Agente Duplo (Gravitas Ventures)
Professor Polvo (Netflix) DGA + PGA + ACE
Time (Amazon)

num mundo provável: Professor Polvo (Netflix)
num mundo possível: Crip Camp: A Disability Revolution (Netflix)
num mundo perfeito: Agente Duplo (Gravitas Ventures)
num mundo perdido: nenhum
num mundo paralelo: Welcome to Chechnya (HBO)

FOTOGRAFIA

“Nomadland” trabalha com a luz natural, consegue um resultado bem bonito, e terminou ganhando mais do que todos neste quesito, o que ajuda a reforçar as chances do filme nas categorias principais. “Mank”, que tem um trabalho mais sofisticado, ganhou o sindicato, mas nem sempre isso se repete no Oscar.

Judas e o Messias Negro (Sean Bobbitt)
Mank (Erik Messerschmidt) ASC
Relatos do Mundo (Dariusz Wolski)
Nomadland (Joshua James Richards) Bafta + Critics Choice
Os 7 de Chicago (Phedon Papamichael)

num mundo provável: Nomadland (Joshua James Richards)
num mundo possível: Mank (Erik Messerschmidt)
num mundo perfeito: Mank (Erik Messerschmidt)
num mundo perdido: Os 7 de Chicago (Phedon Papamichael)
num mundo paralelo: First Cow (Christopher Blauvelt)

MONTAGEM

Nos anos 90, o filme que vencia esta categoria tinha muitas chances de ganhar o Oscar, mas estas coisas mudaram muito nos últimos tempos. Dos últimos 10 vencedores do Oscar aqui, apenas um levou melhor filme e isso há 9 anos, então, se “Os 7 de Chicago”, que tem uma montagem mais padrão e que levou o prêmio do sindicato, ganhar este prêmio isso não significa muita coisa para as chances do filme na categoria principal. Até porque, somente cinco dos últimos dez premiados pelo ACE repetiram a vitória no Oscar. “O Som do Silêncio” é o mais premiado nesta categoria neste ano. Levou, inclusive, o Bafta, que, em termos de estatística, é melhor que o sindicato (6/10). São dois filmes que representam caminhos opostos em termos de montagem — e o Oscar já teve momentos em que seguiu cada uma destas linhas. O primeiro, mais ousado; o segundo, mais tradicional. “O Som do Silêncio” parece ter mais chances, mas realmente pode ter uma divisão de votos e talvez isso beneficie “Nomadland”.

Meu Pai (Yorgos Lamprinos)
Nomadland (Chloé Zhao)
Bela Vingança (Frédéric Thoraval)
O Som do Silêncio (Mikkel E.G. Nielsen) Bafta + Critics Choice
Os 7 de Chicago (Alan Baumgarten) ACE + Critics Choice

num mundo provável: O Som do Silêncio (Mikkel E.G. Nielsen)
num mundo possível: Os 7 de Chicago (Alan Baumgarten)
num mundo perfeito: Meu Pai (Yorgos Lamprinos)
num mundo perdido: Os 7 de Chicago (Alan Baumgarten)
num mundo paralelo: Mank (Kirk Baxter)

DESENHO DE PRODUÇÃO

“Mank” ganhou tudo. Difícil perder aqui.

Meu Pai (Sony)
A Voz Suprema do Blues (Mark Ricker, K.O’Hara, D.Stoughton)
Mank (Donald Graham Burt, Jan Pascale) ADG (época) + SDG (época) + Bafta + Critics Choice
Relatos do Mundo (David Crank, Elizabeth Keenan)
Tenet (Nathan Crowley , Kathy Lucas) ADG (fantasia) + SDG (fantasia)

num mundo provável: Mank (Donald Graham Burt, Jan Pascale)
num mundo possível: A Voz Suprema do Blues (Mark Ricker, K.O’Hara, D.Stoughton)
num mundo perfeito: Mank (Donald Graham Burt, Jan Pascale)
num mundo perdido: nenhum
num mundo paralelo: Emma. (Kave Quinn, Stella Fox)

FIGURINOS

“A Voz Suprema do Blues” virou consenso, mas “Emma.” seria um belo spoiler.

Emma. (Alexandra Byrne)
A Voz Suprema do Blues (Ann Roth) CDG (época) + Bafta + Critics Choice
Mank (Trish Summerville)
Mulan (Bina Daigeler) CDG (fantasia)
Pinóquio

num mundo provável: A Voz Suprema do Blues (Ann Roth)
num mundo possível: Emma. (Alexandra Byrne)
num mundo perfeito: Emma. (Alexandra Byrne)
num mundo perdido: nenhum
num mundo paralelo: A História Pessoal de David Copperfield (Suzie Harman e Robert Worley)

MAQUIAGEM E CABELOS

Aqui, “A Voz Suprema do Blues” também virou consenso, mas os hillbillies podem contra-atacar com “Era uma Vez um Sonho”. Tomara que não.

Emma.
Era uma Vez um Sonho
A Voz Suprema do Blues MUAHSG (maquiagem e cabelos de caracterização) + Bafta + Critics Choice
Mank
Pinóquio MUAHSG (maquiagem de efeitos)

num mundo provável: A Voz Suprema do Blues
num mundo possível: Era uma Vez um Sonho
num mundo perfeito: Mank
num mundo perdido: Era uma Vez um Sonho
num mundo paralelo: As Vidas de Gloria

TRILHA SONORA

“Soul” é disparado o favorito, com “Minari” léguas atrás.

O Destacamento Blood (Terence Blanchard)
Mank (Trent Reznor e Atticus Ross)
Minari (Emile Mosseri) HMMA (indie)
Relatos do Mundo (James Newton Howard) HMMA (filme)
Soul (Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Baptiste) HMMA (animação) + SCL + GMS + Bafta + Globo de Ouro + Critics Choice

num mundo provável: Soul (Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Baptiste)
num mundo possível: Minari (Emile Mosseri)
num mundo perfeito: Mank (Trent Reznor e Atticus Ross)
num mundo perdido: nenhuma
num mundo paralelo: Blizzard of Souls (Lolita Ritmanis)

CANÇÃO

Acho que Diane Warren, em sua décima segunda indicação, vai ter que esperar mais uma vez porque “Speak Now” ficou bem forte na reta final e, como ela composta e interpretada pelo Leslie Odom Jr., que deve perder em ator coadjuvante, mas é um ator que está na mira de Hollywood desde que ganhou o Tony por “Hamilton”, as coisas parecem ter virado. Pra complicar, “Husavik (My Hometown)” parece ter muitos defensores e, ao contrário de todas as outras rivais que vão aparecer no pré-show numa apresentação gravada no museu da Academia, sua performance aconteceu na Islândia, de onde os personagens do filme são. Será que aí tem?

Festival Eurovision da Canção (“Husavik (My Hometown)”) SCL
Judas e o Messias Negro (“Fight for You”)
Rosa e Momo (“Io Si (Seen)”) HMM + Globo de Ouro
Uma Noite em Miami (“Speak Now”) Critics Choice
Os 7 de Chicago (“Hear My Voice”)

num mundo provável: Uma Noite em Miami (“Speak Now”)
num mundo possível: Rosa e Momo (“Io Si (Seen)”)
num mundo perfeito: Judas e o Messias Negro (“Fight for You”)
num mundo perdido: Os 7 de Chicago (“Hear My Voice”)
num mundo paralelo: O Som do Silêncio (“Green”)

SOM

“O Som do Silêncio” ganhou o prêmio da Cinema Audio Society, o Bafta e a maior parte dos outros prêmios neste quesito. Estatística que parece boba: é a terceira vez que um filme que tem “sound” no título é indicado nesta categoria. Os outros dois venceram. Porque não é boba esta estatística: quem não entende muito de som e vê na lista um filme que tem esta palavra no título pode votar por osmose nesta categoria. Se lembrarem que é um filme sobre mostrar a experiência sonora de alguém que está perdendo a audição isso nem é tão aleatório assim.

Greyhound MPSE
Mank
Relatos do Mundo
Soul
O Som do Silêncio CAS + Bafta

num mundo provável: O Som do Silêncio
num mundo possível: Greyhound
num mundo perfeito: O Som do Silêncio
num mundo perdido: nenhum
num mundo paralelo: Bacurau

EFEITOS VISUAIS

Algumas pessoas apostavam que “Tenet” ganhou mais detratores do que defensores com a campanha maluca do Christopher Nolan para ser o primeiro filme nos cinemas pós-pandemia e “O Céu da Meia-Noite” chegou a ser apontado como favorito, mas o fato é que “Tenet” tem efeitos bem melhores e mais originais.

Problemas Monstruosos
O Céu da Meia-Noite VES
Mulan
O Grande Ivan VES
Tenet Bafta + Critics Choice

num mundo provável: Tenet
num mundo possível: O Céu da Meia-Noite
num mundo perfeito: Tenet
num mundo perdido: Mulan
num mundo paralelo: Welcome to Chechnya

CURTA LIVE ACTION

Infelizmente, “Two Distant Strangers” parece muito uma escolha de Oscar, que, muitas vezes, pelo simples fato de um filme tocar numa questão, acha que ele está se aprofundando nela. Mas os fins justificam os meios? Pegar carona num assunto tão sério, reproduzir literalmente as principais cenas de um evento trágico para chamar atenção para sua estrutura espertinha, seu “feitiço do tempo” engajado, me parece quase desonesto. “Feeling Through” e “The Letter Room” são duas possibilidades de vitória.

Feeling Through
The Letter Room
The Present Bafta
Two Distant Strangers
White Eye

num mundo provável: Two Distant Strangers
num mundo possível: Feeling Through
num mundo perfeito: White Eye
num mundo perdido: Two Distant Strangers
num mundo paralelo: The Human Voice

CURTA DE ANIMAÇÃO

“If Anything Happens I Love You” é bem Oscar bait. E eles geralmente caem nesta. “Opera” parece ter crescido na freta final. Seria lindo se acontecesse.

Burrow
Genius Loci
If Anything Happens I Love You
Opera
Yes-People

num mundo provável: If Anything Happens I Love You
num mundo possível: Opera
num mundo perfeito: Opera
num mundo perdido: Yes-People
num mundo paralelo: Out

CURTA DOCUMENTÁRIO

“A Concerto Is a Conversation” parece ser o favorito, com chances para “A Love Song for Latasha” e “Hunger Ward”. Mas, na real, nada seria uma grande surpresa.

Colette
A Concerto Is a Conversation
Do Not Split
Hunger Ward
A Love Song for Latasha

num mundo provável: A Concerto Is a Conversation
num mundo possível: A Love Song for Latasha
num mundo perfeito: nenhum
num mundo perdido: Colette
num mundo paralelo: nenhum

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