Gene Kelly e Stanley Donen
Cantando na Chuva EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
Singin’ in the Rain, Gene Kelly e Stanley Donen, 1952

Eu sempre revejo Cantando na Chuva com a esperança de achar defeitos porque é bem óbvio considerar este filme uma obra-prima. Mas acho francamente impossível. Continua sendo, na minha opinião, o filme que melhor falou sobre o cinema, ainda é o melhor musical já feito (com um punhado de números geniais) e, mesmo tendo uma produção caprichada, não perdeu um certo espírito independente, de provocação. Gene Kelly e Stanley Donen caçoam do cinema comercial hollywoodiano dos anos 20 ao mesmo tempo em que se empenham para mostrar como aconteceu a maior revolução da história dos filmes. Make ‘em Laugh, minha música favorita, traz um Donald O’Connor inspiradíssimo. Mas em que cena ele não está assim? O’Connor, sem fazer força nenhuma e mesmo sob a sombra imponente do ditadorzinho que dizem que Kelly era, passa da condição de coadjuvante de luxo para co-protagonista num piscar de olhos. É um dos personagens mais adoráveis que eu já vi. E com Kelly e Debbie Reynolds forma uma das santíssimas trindades do cinema.

Francis Ford Coppola
Drácula de Bram Stoker EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
Bram Stoker’s Dracula, Francis Ford Coppola, 1992

Esse Drácula é um filme tão estranho que seria impossível que não fosse a belezura que é. Francis Ford Coppola foi apresentado ao projeto por Winona Ryder (que faria o filme para a TV) e resolveu transformá-lo numa obra única. Não é exagero. Ainda que seja uma história de amor de proporções gigantescas, o filme de Coppola é uma homenagem à história do terror e à história do cinema. Seus acertos são inúmeros: da concepção visual estilosa à trilha quase macabra até a escalação de Gary Oldman, em seu personagem perturbado mais convicente, e um inspirado Anthony Hopkins, que dá um tom sarcástico e alucinado a seu Van Helsing. Mas o que faz de Drácula um filme especial é, sem dúvida, como Coppola o constrói como um filme de horror à moda antiga, com truncagens e efeitos visuais quase feitos à mão que criam um constrate provocante com a grandiosidade da história e da produção. Só eu não sabia (ou lembrava) que a Monica Bellucci é uma das noivas do príncipe das trevas?

Martin Scorsese
A Época da Inocência EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
The Age of Innocence, Martin Scorsese, 1993

Confesso que esse filme não me empolgou tanto quando o vi no cinema, há distantes 15 anos. Mas essa revisão, que vem sendo adiada há tempos, derrubou minhas memórias. Longe do seu habitual cenário, o diretor se debruça sobre uma clássica história de amor impossível, de época, adaptando um texto feminino (Edith Wharton). Nada menos óbvio. Nada mais adequado para Scorsese exercitar suas habilidades. É impressionante como o diretor é discreto e preciso no uso da narração (Joanne Woodward em momento especial assume a voz da autora) e a utiliza para costurar o filme, naquele que talvez seja um dos trabalhos mais eficientes e delicados da montadora Thelma Schoonmaker. A fluidez da narrativa, que nunca foge de sua herança literária, nem muito menos a renega, ganha ainda o reforço de uma câmera que baila pelos sets e da lindíssima trilha de Elmer Bernstein. Winona Ryder, muito bem, concorreu ao Oscar, mas é o belo casal formado por Daniel Day-Lewis e Michelle Pfeiffer que merece os mais entusiasmados cumprimentos.

Philip Kaufman
Invasores de Corpos EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
Invasion of the Body Snatchers, Philip Kaufman, 1978

Sem nenhum demérito a Vampiros de Almas (1956), de Don Siegel, a versão de Philip Kaufman para a mesma história fica anos-luz do longa original. Siegel traduzia a paranóia de sua época num delicioso, mas datado filme b. Kaufman eleva o nível e nos traz um cinema refinado, com uma fotografia empenhada em defender o clima de desespero (vide uma das melhores cenas do filme, em que Donald Sutherland liga para as autoridades). O cineasta lança um olhar profundo para o desmoronamento da ordem social, tornando o grupo de personagens centrais muito mais do que fugitivos, mas figuras subversivas. A Kaufman interessa muito mais o suspense criado pelo desespero da solidão do que qualquer tentativa de figurar o inimigo (à exceção da cena dos clones no jardim). Brooke Adams, logo no começo do longa, domina o filme, mas Leonard Nimoy, excelente, rouba a cena já em sua primeira aparição. No entanto, minha favorita no filme é Veronica Cartwright, descontrolada.

P.S.: e o Theo Becker foi embora. Perdeu a graça, mas eu votei pra ele sair. O que era aquilo? Abstinência? Meus comentários sobre “A Fazenda” e outras bobagens no meu twitter.

Comentários

comentários

36 comentários sobre “Quatro clássicos”

  1. Изработка на уеб сайтове на най-ниските цени на пазара. Проектът предлага допълнително оптимизация за търсачки, адресът на сайта на проекта е http://www.1000firmi.com

  2. My spouse and I stumbled over here from a different website and thought I may as well check things out. I like what I see so i am just following you. Look forward to looking over your web page for a second time.

  3. Amazingly insightful article. if only it was as documented in very easy across generate some going the professional help with respect it was in front of read associated with nod my human brain at each of within facts and techniques 😛

  4. This design is incredible! You most certainly know how to keep a reader amused. Between your wit and your videos, I was almost moved to start my own blog (well, almost…HaHa!) Great job. I really loved what you had to say, and more than that, how you presented it. Too cool!

  5. its important because every an easy should work as took absolutely nothing one should represent for experienced. look one of many Wyoming,uno,only a basic because the alexa company get a low population.California on the built in equip has a foul wompin fifty-three on balance they have more population.

  6. I get where your coming from, coupled with I completely like the blog post. Its fair to say I will certainly convey to just about all my family and friends with regards to this, relatively original. Bye for now.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *