Rainha Diaba (74) e Madame Satã (02) têm o mesmo personagem real como inspiração, mas são bem diferentes entre si. O filme de Antônio Carlos da Fontoura não se assume como biografia do lendário Madame Satã, o que o longa de Karim Aïnouz o faz logo no título. O último conta os primeiros anos da trajetória do bandido antes da fama nas páginas policiais. O primeiro já o mostra como chefe de uma quadrilha no submundo carioca. Rainha Diaba não é condescendente com Madame Satã. O texto de Plínio Marcos nos conduz ao submundo perverso, muitas vezes por culpa do anti-herói. Madame Satã, o filme, joga glitter sobre a personagem, com a clara intenção de torná-la apaixonante. Nos dois filmes, cruciais são as interpretações dos atores principais. Se Lázaro Ramos constrói a sua esfaqueando o espectador com seu excelente domínio de cena, Milton Gonçalves, mesmo um pouco afetado, revela que a dignidade se esconde atrás das máscaras que a vida impõe.

Rainha Diaba EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Rainha Diaba, Antônio Carlos da Fontoura, 1974]

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