Rio é a propaganda mais cara da história do Rio de Janeiro. E também a mais bem paga. O filme é visualmente muito bonito, inclusive nos movimentos de “câmera”, que não são poucos. O 3D é exaustivamente usado – finalmente um filme que honra o rótulo! A reconstrução da geografia da cidade impressiona pela fidelidade, embora tudo seja limpinho pra turista ver, que é o que molda não apenas a plástica, mas a própria ideia do filme.

No entanto, Carlos Saldanha consegue equilibrar esse Rio pra exportação com um Rio nostálgico numa história simples sobre uma arara azul criada nos EUA que vem para o Brasil para procriar e salvar a espécie. O clima remete a longas animados do passado, como Bernardo e Bianca e Os Aristogatas. O resultado é um filme inocente, mas com um humor gostosinho de acompanhar, mesmo não fugindo da fórmula de animais fofinhos que passam por grandes aventuras. No conjunto, não dá pra comparar o acabamento da história com o refinamento dos longas da Pixar, mas Rio provavelmente seria campeão no grupo de acesso.

Embora a trilha seja assinada pelo experiente John Powell, é inegável que os números musicais têm um samba com sotaque. Isso mesmo que Sergio Mendes, que hoje talvez seja menos brasileiro do que Powell, seja creditado como consultor. Mas o incômodo nem é tão grande: as músicas, integradas à narrativa, quase sempre dão certo e parecem fazer referência a musicais antigos. Destaque para o tema do vilão. Jesse Eisenberg, mesmo reprisando seus cacoetes, mais uma vez, está impagável.

Ah, e uma coisa é certa: o Carnaval nunca foi tão bem filmado.

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[Rio, Carlos Saldanha, 2011

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Comentários

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10 comentários sobre “Rio”

  1. pelo menos esse comercial não saiu dos cofres publicos, diferente da quele outro, Brasil animado, que teve captação de recursos.

  2. Tecnicamente, é realmente muito vistoso, mas acho que tem caricatura demais pra um filme dirigido por alguém que podia muito bem driblar isso e fazer algo um tanto mais original. Além disso, acho o roteiro bastante fraco e comédia forçadinha, apesar de alguns momentos engraçadinhos.

  3. Chico, usei esse argumento da cidade pasteurizada com um amigo e ele disse que era natural, pois este é um filme para crianças. Faz sentido, não?

  4. “No conjunto, não dá pra comparar o acabamento da história com o refinamento dos longas da Pixar, mas Rio provavelmente seria campeão no grupo de acesso.”

    muito bom!

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