Considerando que Encantadora de Baleia (2004), longa anterior da diretora, é um dos filmes mais maniqueístas dos últimos tempos. Considerando que a história deste filme tinha tudo para repetir este feito, com tom moralizante, liçãozinha e “o bem vence o mal”. Considerando, que mesmo com um Oscar, Charlize Theron não tinha demonstrado ser uma atriz mais do que correta, este filme é uma surpresa. Não que ele seja um grande trabalho. Terra Fria dá conta do recado. Surpreendentemente. A música, do mesmo Gustavo Santaolalla de Brokeback Mountain, tem o mesmo tom do filme. Triste, melancólica, mas sem o clima de fundo do poço caríssimo a este tipo de filme.
A personagem de Charlize Theron é, sim, uma Norma Rae dez anos depois (o filme se passa em 89, uma década depois do filme que deu a Sally Field o Oscar de melhor atriz), mas a construção que ela impõe a sua interpretação não se apóia nos clichês de mulher forte, de líder, de lutadora. A busca pela justiça me pareceu bastante natural, espontânea. Charlize, ainda sem ser uma grande atriz, está bem no papel. É ela que puxa o filme para um plano mais cotidiano e menos afetado. Não dá para negar que Niki Caro evoluiu na linguagem: há algumas cenas, como a da violência sexual, em que ela revela um domínio de soluções cinematográficas inesperado para o histórico da diretora.
Terra Fria
North Country, Estados Unidos, 2005.
Direção: Niki Caro.
Roteiro: Michael Seitzman, baseado em livro de Clara Bingham e Laura Leedy.
Elenco: Charlize Theron, Elle Peterson, Thomas Curtis, Frances McDormand, Sean Bean, Woody Harrelson, Jeremy Renner, Richard Jenkins, Sissy Spacek, James Cada, Rusty Schwimmer, Linda Emond, Michelle Monaghan, Jillian Armenante, Amber Heard, John Aylward.
Fotografia: Chris Menges. Montagem: David Coulson. Direção de Arte: Richard Hoover. Figurinos: Cindy Evans. Música: Gustavo Santaolalla. Produção: Nana Greenwald, Jeff Skoll e Nick Wechsler. Site Oficial: Terra Fria.Duração: 126 min.
nas picapes: Van Diemen’s Land, U2.
Eu acho a Reese e a Charlize boas, mas os roteiros as limitam muito. Eu ainda fico com a Felicity.
Eu saí do cinema com um gosto de Erin Brokovich na boca (ficou grosseiro, isso, né?)… Em tempos de Oscar, Charlize Theron me impressiona mais do que Reese Witherspoon, e há boas coadjuvantes no filme (Spacek, McDormand). Um fime meio “mulherzinha”, no geral.
E aquela cena dos “apoios” no tribunal, de fato, foi uma solução de roteiro desnecessariamente piegas e simplista.
Ei, tu não vai falar de “Memórias de uma gueixa”, não?
O trailer é detestável… Acho muito estranho quando vejo um trailer ruim (acho que dá muito bem para pegar o pior filme de todos os tempos e fazer um belo trailer).
Nada que vc me diga vai me fazer achar que “Encantadora de Baleias” seja melhor do que este ou qualquer outro filme.
Acho que não vimos o mesmo filme.
A cena com todo mundo se levantando no tribunal é… inacreditável. Como ainda têm coragem de filmar aquilo?
Encantadora de Baleias é obra-prima absoluta perto disso.
heheheh…
O que mais em impressionou no filme foi justamente como ele é menos maniqueísta que o filme anterior dela. Não o aprovo no geral, mas é muito mais do que eu imaginava… E conseguir isso num filme de tribunal tem mérito.
a charlize tá muito bem, mas o filme não me convence não. tem uns planos canhestros demais ali. aquele piti na partida de hockey foi um desastre
Não vá com tanta expectativa.
Olha….o unico blog que resenhou o que quero ver hoje! Coincidencia!