Oswaldo Schlickmann nasceu em Florianópolis, mas cresceu em Maceió, onde mora até hoje e de onde colocou seu nome no cenário musical independente. O que pouca gente sabe é que Wado, que dividiu opiniões ao falar sobre a atual música brasileira numa entrevista recente ao Scream & Yell, é cinéfilo de carteirinha e tem uma atração especial por diretores desafiadores, como o dinamarquês Lars Von Trier. Num bate-papo rápido, o músico listou seus dez filmes favoritos e ainda falou sobre cada um deles.
10 Os Sapatos de Aristeu
[Os Sapatos de Aristeu, René Guerra, 2008]
Adoro esse curta do Renné Guerra. A temática que vem se entranhado na obra do diretor, o PB simples e belo. Grande representante da nova safra de Alagoas. Mais que isso: ele já vem se firmando pelo mundo.
9 O Pântano
[La Ciénaga, Lucrecia Martel, 2001]
É um grande exemplo de como o cinema argentino anda melhor que o nosso. A abordagem, o universo particular, a poesia dos takes.
8 Terra Estrangeira
[Terra Estrangeira, Walter Salles & Daniela Thomas, 1995]
Foi o filme que despertou meu interesse pelo cinema nacional. Bons atores – Fernanda Torres principalmente – e a música de Gal Costa (que, dizem, Fernandinha não parava de cantar no set) deixaram este filme ótimo.
7 Mulheres a Beira de um Ataque de Nervos
[Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios, Pedro Almodóvar, 1988]
Que coisa divertida, que domínio! Essa primeira fase é massa, bruta. Gosto dos desdobramentos e do cineasta maduro tanto quanto.
6 Deixa Ela Entrar
[Låt den Rätte Komma In, Tomas Alfredson, 2008]
O melhor filme de vampiros de todos os tempos para o meu humilde gosto.
5 Dogville
[Dogville, Lars Von Trier, 2003]
Lembro do prazer de ver esse filme no cinema. Poder acompanhar um diretor que considero gênio – ainda mais contemporâneo nosso -, assistir os lançamentos sem grande delay é uma benção. Considero Lars Von Trier o maior artista vivo, mesmo com todos os Toms e Dorivais da música inclusos.
4 A Comilança
[La Grande Bouffe, Marco Ferreri, 1973]
É um dos filmes mais divertidos que já assisti. A pegada italiana. O tragicômico tema de comer até morrer. Atores soberbos, gosto destes universos de seres humanos de arestas, gente fora do padrão.
3 Nelson Cavaquinho
[Nelson Cavaquinho, Leon Hirzman, 1969]
O documentário sobre Nelson Cavaquinho, restaurado pela Petrobras, e dirigido por Leon Hirszman, é uma das coisas que mais assisto na internet. Um Brasil sem cinto de segurança, de álcool pras crianças, bastante politicamente incorreto.
2 Minha Vida de Cachorro
[Mitt Liv som Hund, Lasse Hallström, 1985]
Esse filme me toca muito de forma inconsciente. A história do menino Ingmar contada pelo sueco Lasse Hallstrom é sublime. É como gosto de abordar a arte hoje em dia, gosto de coisas menos racionais.
1 As Cinco Obstruções
[De Fem Benspænd, Lars Von Trier & Jørgen Leth, 2003]
Esse é meu filme predileto. Lars Von Trier propõe um exercício em cima de um curta de 1967, The Perfect Human, de um de seus diretores prediletos, Jørgen Leth. É lindo o processo de cinco possíveis reconstruções de uma obra. Muito elucidativo para que trabalha com criação, uma abordagem linda sobre método. Os dois assinam esse primor.
Filmes do Chico também no Facebook, Twitter e Instagram (@filmesdochico).
Bão, né, Fê?
Fiquei com vontade de assistir novamente "Mulheres a beira de um ataque de nervos"
esse Wado é um lindo <3