Se 2014 trouxe para nosso circuito um farto número de bons filmes, o outro lado da Força também não deu descanso. Obras pretensiosas ou realizadas sem recurso, atores mal escalados e dramalhões que deixaram escapar suas melhores possibilidades. Muita coisa poderia ter sido melhor no mundo do cinema neste ano e nomes como Johnny Depp, Ryan Reynolds e Juliette Binoche estão entre os culpados por isso.

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Os favoritos dos leitores do Filmes do Chico em 2014
E os filmes mais superestimados de 2014

O Espetacular Homem-Aranha - A Ameaça de Electro

10 O Espetacular Homem-Aranha – A Ameaça de Electro
[The Amazing Spider-Man 2, Mark Webb, 2014]

Esse segundo capítulo do reboot do aracnídeo nos cinemas é tão sem graça que a Sony está considerando mudar tudo de novo ou fazer parceria com a Marvel. O vilão Electro não emplacou e o segundo vilão, Rhino, muito menos. Emma Stone foi o único grande acerto desta nova franquia.

Um Conto do Destino

9 Um Conto do Destino
[Winter’s Tale, Akiva Goldsman, 2014]

Resgatar filmes românticos em aventuras fantásticas não é problema nenhum, mas a estreia do roteirista Akiva Goldsman como cineasta não funcionou muito bem. Colin Farrell não convence, Jessica Brown Findlay não diz a que veio e a a adaptação da novela de Mark Helprin não encontra um equilíbrio entre suas travessuras lúdicas e alguma substância.

Mil Vezes Boa Noite

8 Mil Vezes Boa Noite
[Tusen Ganger God Natt, Erik Poppe, 2013]

Se o norueguês Erik Poppe quis fazer um dramalhão, acertou em cheio. Juliette Binoche vive uma fotógrafa ativista que tem escolher entre o trabalho e a família, o que gera uma DR que dura o filme inteiro. Os dramas são os mesmos de sempre e o fato do filme ser falado em inglês indica que a ideia era não apenas fazer carreira internacional como – quem sabe? – mirar no Oscar.

Vermelho Brasil

7 Vermelho Brasil
[Rouge Brésil, Sylvain Archambault, 2012]

Os atores estão a serviço da exploração do exótico, do paraíso tropical, e para isso não se poupa, mas a direção de arte, caprichada, não sustenta o filme. A trama “mexicana” acompanha dois irmãos que se infiltram numa missão ao Brasil em busca do pai desaparecido. A solução, talvez pela truncagem da versão para cinema, talvez pela inabilidade do roteiro, fica até engraçada.

Jogo de Xadrez

6 Jogo de Xadrez
[Jogo de Xadrez, Luis Antonio Pereira, 2014]

Tudo o que deu certo em O Lobo Atrás da Porta, deu errado aqui: a tentativa de fazer cinema de gênero, de costurar uma trama de suspense, de manter os elementos do thriller, esbarra numa certa incompetência mesmo. A maquiagem exagerada de Priscilla Fantin confunde o espectador, que se prepara para um filme de terror. Não que não seja.

Transcendence

5 Transcendence – A Revolução
[Transcendence, Wally Pfister, 2014]

A estreia de Wally Pfister, fotógrafo dos filmes de Christopher Nolan, como cineasta deu errado. Além de ser difícil comprar a trama desta ficção-científica (mais uma com cientista louco), Johnny Depp está particularmente ruim no longa. Alguns efeitos especiais funcionam, mas agüentar um filme tão chato até o final é um belo sacrifício.

Frankenstein - Entre Anjos e Demônios

4 Frankenstein – Entre Anjos e Demônios
[I, Frankenstein, Stuart Beattie, 2014]

Stuart Beattie desgraçou o personagem dos quadrinhos com uma adaptação pobre e porca de Eu, Frankenstein. Se Aaron Eckhart, apesar de mal escalado, se esforça para encontrar uma linha para o protagonista, tudo ao seu redor é tão mambembe que fica impossível comprar a história, os atores, os cenários e, principalmente, os efeitos visuais.

A Menina que Roubava Livros

3 A Menina que Roubava Livros
[The Book Thief, Brian Percival, 2013]

Tem uma cena de morte neste filme que deixa a “despedida” de Marion Cotillard no terceiro Batman no chinelo. E essa cena reflete o que o longa de Brian Percival, saídos dos diálogos outrora ricos de Downtown Abbey, tem de pior: tudo existe em função do dramalhão. Faria um lindo programa triplo com O Caçador de Pipas e O Menino do Pijama Listrado.

Miss Violence

2 Miss Violence
[Miss Violence, Alexandros Avranas, 2013]

Um dos piores “gêneros” do cinema é esse que supostamente quer revelar os limites da maldade humana. Alexandros Avranas adiciona a carga da recente cinematografia grega à mistura, criando um espetáculo de tortura psicológica com revelações cada vez mais terríveis em sequência. Tudo meio gratuito, pelo prazer de chocar, pela necessidade de chamar atenção.

À Procura

1 À Procura
[The Captive, Atom Egoyan, 2014]

Um policial rocambolesco com um roteiro que persegue um tom poético, mas que só encontra o risível em várias situações, desde a relação estabelecida entre sequestrador e sequestrada até a maneira “macabra” que Egoyan impõe para denunciar um maquiavélico esquema de pedofilia. O grandalhão Kevin Durand tem uma personagem patética, tentando emular psicopatas débeis. É possivelmente o pior casting do ano. A trilha sonora ofensiva insiste em divulgar um suspense cansado e a discussão central parece ficar sempre num plano flutuante, sem nunca ter muito compromisso com algo mais palpável.

Comentários

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79 comentários sobre “Top 10: os piores filmes de 2014”

  1. Há um tempo que esses super heróis já se tornaram cansativos demais para atrair minha atenção no cinema. Quanto a Transcendence, menção nesta lista está justíssima. Achei a ideia do filme bacana, porém, pegaram a receita, jogaram os ingredientes com casca e embalagem no liquidificador: nascia ali a fórmula do sono.

  2. Chico boa tarde, ainda não consegui ver a maioria dos filmes listados (e depois da sua critica vai ficar um pouco mais dificil) mas com relação aos filmes adaptados citados por vc como A menina que roubava livros, a crítica é com relação a adaptação que foi infíel e inferior ao livro ou vc tambem não curte livros desse genero?

  3. Criticar o filme do homem aranha, acho exagero. Esta é a sequência mais fiel aos quadrinhos de Stan Lee, mas, como sempre críticos criticam apenas o que não são capazes de entender, ou fazerem melhor.

    1. É fiel em aonde? Só por ter a Gwen Stacy?
      Nunca. Essa sequência de filmes do Homem-Aranha foi pelo menos 3 vezes pior que a primeira, pelo menos na antiga versão os dois primeiros filmes eram razoáveis.
      Sobre a lista, concordo plenamente, não sei aonde as pessoas viram alguma coisa boa nos ditos cujos.

  4. O Espetacular Homem Aranha e A Menina q Roubava Livros foram ótimos filmes, essa lista tá uma porcaria, sequer mencionaram o filme Sob a Pele, com Scarlett Johansson, esse sim horroroso, o pior filme do ano.

  5. só falta fazerem um filme sobre física quântica, aí vai ser um show de falácias de leigos metidos a “inteligentes” como se soubessem do que estão falando….mas pelo menos há como se divertir com tanto comentário tosco……rsrs

  6. Olha, discordo. “Transcendence” pode ser tudo, menos chato. A estória têm elementos interessantes pra prender a atenção. Pode não ter sido um dos melhores do ano, mas não o vejo entre os piores.

    Ocorre que críticos de cinema, em geral, possuem o mau hábito de exaltar filmes notoriamente ruins…

    Foi o que aconteceu com aquele desprezível ” Onde os fracos não tem vez”, o filme mais burro, ridículo e borrecido de todos os tempos, e que foi premiado nada menos que com um Oscar. kkkkk.

    1. Nossa! Mexeu comigo! “Onde os Fracos não têm Vez” é o meu filme favorito daquele ano e, na minha opinião, o melhor dos irmãos Cohen. Filmaço! Javier Bardem é um monstro!

  7. Pelo amor de Deus… a Menina que Roubava Livros não deveria estar de jeito nenhum nessa lista!!!! ISSO É ABSURDO! Precisam de criticos melhores de cinema!

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