Christopher Nolan

1 Batman: O Cavaleiro das Trevas
Christopher Nolan

Há inúmeros acertos: Heath Ledger, Aaron Eckhart, Gary Oldman, a seqüência do assalto, a do bilhete e a série de aparições de Anthony Michael Hall, que amarram a trama, mas nem tudo são flores. A cena de perseguição é longa e chata, o momento Hong Kong do filme é o supra-sumo do exagero e Christian Bale tem que tomar aulas de teatro. O maior problema do filme é como ele nos implora para significar algo mais. “Why so serious?”, hein?

Matteo Garrone

2 Gomorra
Matteo Garrone

Um esforço para se fazer um raio-x aprofundado do modus operandi da máfia siciliana e, convenhamos, nada mais chato do que olhar uma radiografia. O diretor abre mão de protagonistas, o que ajuda a não desenvolver a contento nenhuma das histórias paralelas, e não estabelece conflitos, o que deve frustar bastante quem espera alguma ação. Um documentário funcionaria melhor.

José Mojica Marins

3 Encarnação do Demônio
José Mojica Marins

O que me incomodou foi que Zé do Caixão ficou meio perdido nesse cenário tão bonito. A interpretação do velho mestre ainda se utiliza dos mesmos trejeitos de 40 anos atrás e parece não acompanhar essa evolução de linguagem. Mesmo sendo fiel a sua filosofia do sangue, o personagem ficou deslocado. As cenas de tortura, que seguem uma linha mais atual do cinema de terror, parecem querer tentar modernizar as coisas, mas há um certo desconforto diante disso tudo.

Na Natureza Selvagem

4 Na Natureza Selvagem
Sean Penn

Dá até para perdoar a concessão hippie de celebrar a revolta contra o status quo e até a jornada de autoconhecimento ao Alasca, mas porque então aquela narração constrangedora da irmã? Por que fazer um uso tatibitate da trilha sonora de Eddie Vedder? As melodias são lindas, mas as letras são de uma pobreza assustadora. O abuso da câmera lenta causa enjôo. O chato é ter que suportar aquele texto em tom supostamente literário, parecendo texto de blogue de pseudo-poeta.

Woody Allen

5 Vicky Cristina Barcelona
Woody Allen

Que ninguém me entenda mal. O filme é bem simpático e é um respiro bom na fase pesada de Woody Allen, ecoando suas comédias dramáticas mais simples e diretas. Mas não deixa de mostrar um Woody Allen em pacote turístico, encantado pelo cenário em que filma, das paisagens à narração. É bom, mas nada especial. Está longe de figurar entre os nmelhores do diretor. Nem a tão elogiada interpretação de Pénelope Cruz faz jus ao auê.

Comentários

comentários

3 comentários sobre “Top 5 – filmes mais superestimados de 2008”

  1. Chico,

    Concordo e discordo de você na mesma medida.

    Parece que só eu não havia entendido tanto auê em cima de VCBarcelona. Nossa, se você olha a filmografia do Woody, vê que há mais de uma dúzia de filmes dele superiores a este. Não entendo tanta bajulação.
    Também concordo qto ao Batman e à Encarnação do Demônio (e muito bizarro foi na entrevista com o Zé, vê-lo fixar o olho em você por lonnnnngos minutos antes de responder cada questão. MEDO! rs)

    Porém, discordo qto à Natureza Selvagem e Gomorra. É verdade que falta conflito no italiano, mas a maneira seca e sem subterfúgios, optando por nãocriar uma “historinha” fácil foi o que deixou o filme tão verdadeiro e tão forte na minha opinião.

    Abraços.

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