PEQUENO GRANDE HOMEM
Diretor argentino transforma folhetim clássico em filme delicioso
Valentin, ninguém queira se enganar, é uma novela mexicana. No caso, argentina. O filme do diretor Alejandro Agresti consome todos os clichês caros ao típico folhetim sul-americano: uma criança adorável como protagonista, uma velha ranzinza, mas de alma boa como contraponto, e a história de uma pequena tragédia pessoal como roteiro a seguir. Valentin, o homem, é um menino vesgo, escondido atrás de enormes óculos com muitos e muitos graus, abandonado pela mãe e criado pela avó por vontade do pai, que vive trocando de namorada, mas nunca encontra uma que agrade ao filho.
O que transforma o longa de Agresti no belíssimo filme que se vê é o cuidado com o desenvolvimento da história. Enquanto apresenta o cotidiano do seu pequeno protagonista apaixonado por música pop argentina, Agresti impressiona na capacidade de saltar do humor ingênuo e inteligente que não raro faz a platéia explodir para seqüências dramáticas extremamente bem resolvidas, como a do telefonema que anuncia uma partida. O diretor insinua solucionar todas questões abertas na trama e caminhar para um desfecho óbvio e redondinho, mas mal faz o espectador acreditar que caiu numa armadilha, encerra sua pequena história deixando a imaginação trabalhar.
VALENTÍN
Valentín, Argentina, 2002.
Direção e Roteiro: Alejandro Agresti.
Elenco: Rodrigo Noya, Julieta Cardinali, Carmen Maura, Jean Pierre Noher, Mex Urtizberea, Alejandro Agresti, Carlos Roffé, Lorenzo Quinteros, Marina Glezer, Stéfano Di Gregorio, Fabián Vena.
Fotografia: Jose Luis Cajaraville. Montagem: Alejandro Brodersohn. Direção de Arte: Floris Vos. Figurinos: Marisa Urruti. Música: Luis Salinas e Paul M. van Bruggen. Produção: Julio Fernández, Thierry Forte, Laurens Geels, Massimo Vigliar e Pablo Wisznia. Site Oficial: www.uolsinectis.com.ar/buenavista/valentin/indexf.htm.
nas picapes: El Justiciero, Mutantes.