Ventos da Liberdade

Os cineastas sociais me cansam um pouco. Esta mania, que ganha ares de marca e engajamento, fica cada vez mais redundante e esvaziada a cada novo filme. É a guerra civil espanhola, a guerra da Nicarágua, são os assalariados e desempregados ingleses. Será que Ken Loach se importa mesmo com todas estas questões ou aproveita para faturar em cima? Ventos da Liberdade é sobre como é justo se montar um exército assassino para impedir os invasores de cometer barbáries. 

Poderia ser um belo registro histórico – há um cuidado com fotografia e direção de arte maiores do que na maioria dos últimos filmes de Loach – mas o que predomina é a aquele clima de reunião de sindicato, com a estereotipação dos ingleses e a discussão do processo de revolução por parte de irlandeses desunidos. O prêmio de Cannes parece um prêmio tão cansado (tão conjunto da obra, ou melhor, tão medalha de honra ao mérito) quanto o cinema cansativo, esquemático e calculado que o diretor pratica.

Ventos da Liberdade EstrelinhaEstrelinha
[The Wind that Shakes the Barkley, Ken Loach, 2006]

Comentários

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6 comentários sobre “Ventos da Liberdade”

  1. Pois é, nem conversamos no fim. Não gostei também. As cenas de “reunião de sindicato”, porém, considero ótimas. E a câmera até se esforça bastante, mas não carrega os lugares comuns. Talvez se fosse mais curto.

    Sexta eu vejo Dias de Glória às 19h40, 12:08 às 22h10 e um 00h00 (não lembro o nome, é japonês). O número do meu cel muda essa semana, me liga antes.

  2. “Terra e Liberdade” é bem fraquinho (perde feio para o “Pão e Rosas”, por exemplo). O filme dele que eu mais gosto é justamente o curta sobre o 11 de setembro chileno.

  3. Ainda não vi The Wind that Shakes the Barley mas acho injusto seu comentário sobre o Ken Loach. Acho-o um ótimo diretor, realmente engajado e preocupado com as questões que aborda em seus filmes. E seus trabalhos que assisti, especialmente Terra e Liberdade, me parecem imersos em grande paixão pelos temas tratados.

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