Cinco Graças]

Cinco Graças EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Mustang, Deniz Gamze Ergüven, 2015]

Cinco Graças é um belo filme e um belo filme feminino também. Um belo filme porque a diretora Deniz Gamze Ergüven, que assina seu primeiro longa-metragem, realmente conseguiu capturar o espírito ingênuo e libertário das personagens e traduzir esse espírito em imagens bonitas e bastante simbólicas. Um belo filme feminino porque, além de uma diretora-roteirista, tem uma corroteirista (a também cineasta Alice Winecour, de Transtorno) e cinco protagonistas adolescentes. O senão em relação ao filme é que todas as apostas de Ergüven são seguras: estamos diante de mais uma história étnica e de fundo cultural e religioso sobre casamentos arranjados e violência dentro de casa. Não há risco algum nem se acrescenta muito a um assunto retratado tantas e tantas vezes no cinema – e que atende a um público muito específico, o das salas de arthouse. O roteiro, muito calcado em reproduzir detalhadamente o cotidiano daquela família, tenta diluir os estereótipos, mas eles estão todos lá, envoltos por uma fotografia que explora com muita inteligência a luz natural e a beleza das meninas. O filme é o indicado da França para o Oscar, mas ele é qualquer coisa, menos um filme francês: conta uma história turca, em turco, na Turquia, com diretora e elenco turcos, o que só confirma a teoria de cinema de exportação.

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