Um Homem com uma Câmera, de Dziga Vertov.

A proposta está clara desde o começo. Radicalizar: negar a literatura e o teatro e criar uma narrativa cinematográfica. A genialidade não está quando Vertov mostra as cenas do cotidiano, o que consegue capturar com delicadeza, mas quando ele revela o processo. Além de mostrar a intervenção do cameraman em dezenas de seqüências, ele usa a montagem para se comunicar com o espectador: congela os takes e vai para a mesa de edição, move o quadro como num projetor. Vertov talvez tenha sido o primeiro artista exclusivamente do cinema. E houve bem poucos como ele. Obra-prima.

Repulsa ao Sexo, de Roman Polasnki.

A segunda experiência foi ainda melhor. Polanski perverte o ambiente para acompanhar a personagem. A fotografia, digamos expressionista, invasiva, cheia de closes, é agente para o delírio. Apesar de parecer às vezes perturbada demais, a trilha sonora tem muitos momentos geniais, sobretudo quando se mostra mais experimental. Catherine Deneuve nem está tão bem assim, mas é totalmente crível. Um filme sobre a mente que controla o corpo.

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