KEN PARK

Larry Clark é um engodo, a maior farsa do cinema norte-americano atual. Surgido como o homem que iria revelar a verdade por trás dos adolescentes de hoje, fez um trabalho que chamou a atenção, Kids (96), mas que trafegava entre a denúncia e o escândalo gratuito. O saldo era positivo porque Clark conseguiu um trio de ótimos jovens atores, de onde saiu a loirinha Chlöe Sevigny. O problema é que Clark queria continuar a chocar. E tinha que aumentar a intensidade de suas imagens para conseguir aterrorizar uma população que já está acostumada com uma juventude cada vez mais violenta. Solução? Sexo, pessoal. Sexo, todo mundo faz, mas pouca gente gosta de ver assim, na frente de todo mundo. Então Clark coloca um garoto fazendo sexo oral na sogra, um pai que revela desejo pelo próprio filho e faz um rapaz se masturbar em frente à câmera, com direito a ejaculação e tudo mais, para depois cometer um ato extremo. Ken Park é gratuito em cada cena, em cada fotograma. E é óbvio o tempo inteiro. Não caia nessa. Larry Clark é um engodo, a maior farsa do cinema norte-americano atual.

P.S.: a estrelinha solitária é para a interpretação de James Ransone, que consegue demonstrar talento, apesar da obviedade do texto de seu Tate.

Ken Park
Ken Park, EUA, 2002.
Direção e Fotografia: Larry Clark e Ed Lachman.
Elenco: James Ransone, Tiffany Limos, Stephen Jasso, James Bullard, Mike Apaletegui, Adam Chubbuck, Wade Williams, Amanda Plummer, Julio Oscar Mechoso, Maeve Quinlan, Bill Fagerbakke, Harrison Young, Patricia Place, Richard Riehle, Seth Gray, Eddie Daniels, Larry Clark.
Roteiro: Harmony Korine. Produção: Kees Kasander e Jean-Louis Piel. Edição: Andrew Hafitz. Direção e Arte: John DeMeo. Figurinos: Michele Posch.

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