Disque M para Matar
[Dial M for Murder, 1954, Alfred Hitchcock]
Em Disque M para Matar, Hitchcock repete a experiência de Festim Diabólico, de fazer um filme dentro de um só ambiente. Existem pouquíssimas cenas fora do apartamento onde tentam matar Grace Kelly. Mas, sem a proposta de um filme sem cortes aparentes, Hitch assume outro desafio. Transformar um texto feito para o palco num filme dinâmico. A montagem, junto com a trilha de Dimitri Tiomkin, é exata: deixam o espectador sem fôlego mesmo quando a cena é apenas uma conversa entre Ray Milland e o criminoso. Milland, por sinal, está brilhante. Seu sarcasmo é delicioso, uma de suas maiores interpretações. O inspetor chefe de John Williams, a garantia cômica desse filme refinado, também merece aplauso.
Ladrão de Casaca
[To Catch a Thief, 1955, , Alfred Hitchcock]
Toda vez que eu revejo Ladrão de Casaca, eu me pergunto se algum filme um dia conseguirá ser tão delicioso quanto esse. Porque taí um filme que me deixa em estado de graça do começo ao fim. E olha que ele está longe dos meus Hitchcocks favoritos justamente por não ter a complexidade de tantos outros. Mas Cary Grant, Grace Kelly, o texto despudorado e a leveza com que Hitch comanda tudo me fazem bater palmas lá no fundo em agradecimento ao prazer que o filme me proporciona. Destaque para a cena de perseguição no mercado de flores: uma aula de direção.
O Terceiro Tiro
[The Trouble with Harry, 1955, , Alfred Hitchcock]
Minha memória havia me traído em relação a O Terceiro Tiro. Em vez de um filme de papo e nada ágil, redescobri uma pérola perdida na filmografia de Hitchcock. Talvez seu filme mais inglês, mesmo sendo uma produção totalmente norte-americana. Sua falta de pressa é apenas uma desculpa para o diretor tecer uma crônica sobre os moradores de cidadezinhas e sua moral distorcida. Tudo na forma de uma comédia de humor nigérrimo, releta de gags visuais e com um texto afiadíssimo. Embora Shirley MacLaine e John Forsythe não tenham tanto talento assim, o elenco de apoio é impecável: Edmund Gwenn, Mildred Natwick e Mildred Dunnock. Fotografia e trilha belíssimas.
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Deve ser o máximo estar nessa mostra.
“O Terceiro Tiro” é uma pequena obra prima esquecida, uma delicia de se ver, pode soar bobo aos leigos, mas é um filmaço!