Chris Evans, Hugo Weaving

Capitão América, Superman, Asa Noturna, Ciclope. O que esses quatro heróis têm em comum? Todos, em maior ou menor grau, carregam nas costas o peso do mundo. São líderes, ícones, exemplos a se seguir. Responsáveis pelos que os seguem e por todo o resto. Seu heroismo, na maior parte das vezes, é reduzido a bom mocismo. Sua integridade, na maior parte das vezes, é confundida com falta de profundidade, excesso de linearidade, chatice mesmo. É difícil defender quem assume a frente de batalha quando quem se esconde nas trincheiras parece mais sombrio.

Mais difícil ainda é defender um herói que leva no peito a bandeira de um país. E o negócio piora ainda quando esse país são os Estados Unidos. O país que é standard. Aquele de que é muito mais legal só apontar o lado ruim. Pois bem, o Capitão América é exatamente isso: um dos símbolos mais poderosos dos Estados Unidos. Um ícone, um líder, um exemplo a seguir. Como fazer um filme deste personagem e ignorar sua condição de arma de propaganda?

A resposta vem numa das melhores seqüências de Capitão América – O Primeiro Vingador: tirando onda. No filme, o diretor Joe Johnston gasta um bom tempo mostrando como, antes de ser um soldado a serviço da pátria, o herói foi instrumento de manipulação popular. Sem julgamentos, mas sem ignorar o tema. Este é um dos trunfos do longa, que, de uma maneira geral, atende ao que se espera de um filme sobre o Capitão América: todo certinho, nada mais, nada menos.

A Marvel esperou o quanto pode para levar Steve Rogers ao cinema talvez porque este seria um de seus filmes mais delicados, por mexer com elementos além da aventura tradicional. Novamente, Johnston gasta um tempo razoável para mostrar que Steve Rogers já era como é muito antes de se tornar um supersoldado. E se assumiu um risco ao fazer o filme situado durante a Segunda Guerra Mundial. Funcionou, mas faltou habilidade para materializar justamente o que separa heroísmo de bom mocismo. Faltou dar peso ao personagem. O visual high-tech retrô funciona bastante bem. Os efeitos especiais que fazem de Chris Evans um nerd mirrado são os mais originais em muito tempo. Mas o filme é leve como uma pluma.

Capitão América: O Primeiro Vingador EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Captain America: The First Avenger, Joe Johnston, 2011]

Comentários

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5 comentários sobre “Capitão América: O Primeiro Vingador”

  1. Ole1 Perla e Glaucineia. O curso em queste3o je1 este1 em andamento e com sua insrcie7e3o encerrada. Pore9m convido-as a participarem desta comunidade que este1 nascendo, chamada Espae7o Infinitus ∞∞. Seu objetivo e9 de se tornar o ponto de encontro dos professores de mateme1tica de todo o Brasil, favorecendo a troca de contefado e conhecimentos entre eles. Fiquem e0 vontade e sejam bem-vindas!Abrae7os, Bruno Ge2mbaro.

  2. Finalmente assisti. Bem, o que me incomodou no filme foi a ânsia em querer fazer a ponte com Os Vingadores, relegando o próprio filme a um mero flashback – o que, consequentemente, aniquila qualquer peso que a história poderia ter.

    Não é um filme que pretendo ver novamente.

    Forte abraço!

  3. Estou muito ansioso pra ver esse filme!
    Adoro o tema da Segunda Guerra, e pelo que você também comentou e já tinha percebido, eles fizeram uma temática mais tecnóloga da época, dando um tempero.
    Aliás, aquela HArley Davidson que ele usa é muito bonita!
    Imagina como anda!
    =]

  4. Adorei o texto!
    Especialmente o primeiro parágrafo, concordo com seu comentário. Tem muita gente que torce o nariz para os heróis citados por que os consideram “bons moços” e preferem o cinismo, a rebeldia, o fator badass de outros heróis que passam bem longe do exemplo de boa conduta. É bem aquela discussão entre fãs de Ciclope e fãs de Wolverine…
    Verei o filme na semana que vem. Eu gosto do trabalho do Joe Johnston, mas confesso que Capitão América é um herói que conheço muito pouco. Fico feliz que o filme funcione e que não tenham errado a mão na transposição para as telas dessa vez.
    Abç

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